Cadastro pode impedir mercado negro de bicicletas (Foto:Reprodução)| Foto:
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Diante da omissão e ineficiência do poder público, uma iniciativa de um grupo de ciclistas de Brasília pode ser uma arma importante para combater o mercado de bicicletas roubadas – reduzindo, com isso, o número de furtos e roubos. Com força de vontade, espírito de iniciativa e uma boa dose de inteligência, quatro amigos criaram o Bike Registrada, um banco de dados em que é possível registrar o “chassi” de uma bicicleta e manter o cadastro atualizado, notificando caso haja roubo ou furto do equipamento.

“A ideia é que os ciclistas possam registrar suas bicicletas e dessa forma, sempre que forem adquirir uma bike, seja possível verificar se a bicicleta é produto de roubo. Acredito que se todos os ciclistas cadastrarem suas bikes e consultarem o sistema, isso pode reduzir de forma significativa a chance de adquirir produtos roubados”, explica o ciclista Maxmuller Saraiva Poeck, idealizador do projeto. Ele reconhece que, para dar certo, é preciso que o sistema seja divulgado, conhecido e, principalmente usado.

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O ciclista defende que o cadastro é uma tendência mundial, usado com sucesso no Japão, Canadá e Espanha. “Tive a ideia e comentei com alguns amigos, que acharam muito boa. Só depois que resolvi pesquisar para saber se alguém já não tinha tido a mesma ideia, descobri que no Brasil não havia nada, mas em diversas cidades do mundo o serviço já existe e, acredite ou não, muito parecido com o que eu escrevi. Parece até que copiei algumas coisas, mas na verdade é pura coincidência”, diz.

O investimento para criação do site e registro do domínio saiu do próprio bolso. O cadastro, garante, é e será gratuito – embora haja planos de futuramente tornar o negócio rentável com a inclusão de outros tipos de serviços. Outro passo é a criação de um aplicativo para celular que tornará o uso do sistema mais fácil.

Como funciona

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Uma vez cadastrada, a bicicleta ficará em nome do proprietário e somente ele poderá alterar ou cancelar o registro e transferir a bicicleta para outra pessoa. Caso a bike seja roubada, o proprietário pode emitir um alerta de roubo no sistema.

O cadastro também permite que, no momento da compra de uma bicicleta usada, o ciclista verifique a origem do equipamento e se quem está vendendo a bicicleta é o verdadeiro dono.

O sistema também oferece um mecanismo que permite enviar uma mensagem, via e-mail, informando ao dono sobre o paradeiro da bicicleta, ajudando-o a recuperá-la.

Lobby

Poeck diz que, por enquanto, não tem interesse do grupo em fazer “lobby” para oficializar o sistema de cadastro para torna-lo compulsório através de um projeto de lei federal, estadual ou municipal. “Primeiro quero ver o que os ciclistas acham da ideia, vamos ver se as pessoas aderem sem que seja forçado, mas sim porque acham que o serviço servirá para alguma coisa”, explica.

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Entretanto, a ideia, já adotada em outros países, mostra como é simples resolver – ou pelo menos mitigar – o problema de furtos e roubos de bicicletas. O Ir e Vir de Bike acredita que não seria nada mal se algum deputado federal, estadual ou vereador encampasse a ideia, tornando obrigatório o uso do cadastro na venda de bicicletas no varejo ou entrada de equipamentos para manutenção em bicicletarias, podendo assim combater a prática de um crime.

 

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