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A destruição da ciclovia da rua Engenheiros Rebouças coloca em xeque o discurso oficial da prefeitura de Curitiba, que diz incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte através de projetos de ampliação da malha cicloviária em vários pontos da cidade.

A obra do anel viário, no bairro Rebouças, destruiu cerca de 200 metros da ciclovia que começa no cruzamento com a Avenida Comendador Franco (das Torres) e liga mais de cinco bairros ao centro da capital.

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Neste local, que passa por uma revitalização, uma equipe de obras substituiu o asfalto da ciclovia por calçadas de paver (blocos de concreto intertravado).

Ainda assim, o prefeito Luciano Ducci (PSB) afirma que a bicicleta terá cada vez mais espaço para circular na nossa cidade. “A bicicleta não é apenas uma alternativa de transporte em Curitiba, mas um modal que se integra à rede e ao sistema viário”, diz.

A destruição da ciclovia foi noticiada aqui no Ir e Vir de Bike em 1º de outubro. Questionada sobre a situação, a prefeitura informou tratar-se de “um erro de execução da empreiteira”.

Mas, mesmo após reconhecer formalmente a falha, uma segunda parte da ciclovia foi destruída no dia seguinte. Além disso, três dias depois da resposta da prefeitura, o canteiro da obra recebeu um novo carregamento de blocos de concreto.

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Tudo isso aconteceu a menos de 10 metros da administração regional da Matriz e da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Smel).

Somente após um novo questionamento do blog é que as obras foram suspensas — e encontram-se parada nesse trecho há mais de duas semanas.

“Desde o dia que nos comunicou sobre o erro da construtora, a empresa parou de construir a calçada. O engenheiro responsável pela obra foi ao local e constatou que a construção da calçada foi interrompida”, informou a prefeitura por meio de nota.

Orçamento

A execução orçamentária também contrasta com o discurso de prefeitura amiga da bicicleta.

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A Prefeitura de Curitiba cortou em 72% o pela metade o orçamento deste ano destinado a implantação e revitalização de infraestrutura cicloviária do município, reduzindo a previsão de R$ 2,09 milhões para R$ 590 mil.

Deste total, a prefeitura só executou R$ 126 mil, no único desembolso feito durante este ano, no mês de maio.

Pedido de explicações

O vereador Jonny Stica (PT) protocolou na última semana um pedido de informações na Câmara dos Vereadores sobre as intervenções realizadas na ciclovia.

O documento questiona o poder Executivo se o projeto original da obra prevê a manutenção da ciclovia ali existente e em que moldes.

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O vereador questiona ainda se a empreiteira responsável pela obra vai arcar com os custos da correção do provável erro.

“A quem cabe fiscalizar a execução das obras nas vias públicas? Tal órgão já percebeu o suposto erro de execução? Caso sim, alguma providência foi tomada? Qual o prazo para conclusão das obras no referido trecho?”, pergunta o vereador.

O pedido foi aprovado pelo Plenário da Câmara e segue agora para a Prefeitura. O prazo regimental para resposta a um pedido de informações é de 15 dias úteis. Neste caso, a data limite para uma resposta é o dia 1º de novembro.

Atualização
O presidente do Ippuc, Marcos Isfer, garantiu ao blog que a ciclovia da rua Engenheiros Rebouças será preservada, mas não soube explicar o que levou a sua destruição por engano.

Em nota, a assessoria de imprensa do órgão informou: “Sobre o trecho de ciclovia da Eng. Rebouças citado, que está dentro do Anel Viário, será refeita para se conectar à futura ciclovia da Av. das Torres (Comendador Franco)”.

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Previsto no Plano Diretor, o projeto prevê a implantação de ciclovias exclusivas nos dois lados da avenida das Torres, totalizando 20 quilômetros no trecho até a divisa com São José dos Pinhais. A obra será feita com recursos do PAC da Copa.

Leia mais

Prefeitura atribui substituição de ciclovia por calçadas no Rebouças à “erro da empreiteira”

Videocast – A situação das ciclovias de Curitiba

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