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De pedalada em pedalada, Curitiba vê nascer uma nova democracia. No último sábado (27), mais de 120 ciclistas e cicloativistas lotaram o plenário da Câmara Municipal de Curitiba para reivindicar políticas públicas de mobilidade focadas na bicicleta.

Não é pouca coisa: mais de centena de pessoas participando, espontaneamente, de uma reunião política em uma manhã de sábado – o primeiro ensolarado depois de muito tempo.

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É algo para ser levado em consideração pelos nobres parlamentares. Apenas para efeito de comparação, a audiência pública promovida pela Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização que discutiu a Lei Orçamentária Anual (LOA), em outubro do ano passado, contou com a participação de apenas dois cidadãos.

O seminário “Mobilidade Curitiba: A Revolução das bicicletas!”, organizado por iniciativa do vereador Jonny Stica (PT), rendeu palestras e debates durante mais de três horas. Mas, apesar da participação de especialistas em mobilidade, urbanistas, representantes do Ministério das Cidades, Ippuc e da Prefeitura de São Paulo, o ponto alto do evento foi quando cerca de 40 ciclistas “invadiram” o Plenário, interrompendo uma das palestras com canções de protesto exigindo políticas para a bicicleta em Curitiba.

À frente do grupo, com o violão a tiracolo, o cantor Plá, que puxava refrões como “Bicicleta não dá lucro pro sistema explorador”, “E em Curitiba, cadê as ciclofaixas?”.

Tudo de forma pacífica, alegre, comprovando que o movimento cicloativista curitibano está organizado e bem articulado. O nível de politização demonstrado nos debates me leva a afirmar, sem sobra de dúvidas, que Curitiba vê nascer uma nova democracia cidadã.

Sem as bandeiras puídas e os vícios da velha política, o grupo que se reuniu no último sábado — e outros tantos que se somarão ao longo do caminho –, deu início a uma revolução silenciosa, que tem na bicicleta a sua principal arma para lutar por uma cidade melhor.

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