Antes de colocar as bikes na Transpantaneira, busquei algumas dicas com quem conhece bem o trecho. Para isso, falei com o “bicicreteiro” André Pasqualini, que rodou de bike milhares de quilômetros no chamado Projeto Biomas.
Sobre o que veremos no caminho, a descrição é, ao mesmo tempo, empolgante e assustadora. “Vocês vão pedalar vendo vários bichos ao lado, jacarés, capivaras, as vezes búfalos. De Poconé até o Jofre, vocês vão pedalar vários quilômetros sem absolutamente nada, nenhum apoio. Portanto vocês têm que carregar água, suprimentos, tudo”. — essa, por incrível que pareça, é a parte empolgante.
Agora, a parte assustadora: “O risco de acampar na Transpantaneira é de ataque de animais, principalmente cobras e onças. As onças, a noite saem para caçar e se você estiver num raio de 20 quilômetros de um rio, estará dentro do território delas. Para acampar no Pantanal você tem que procurar uma área descampada, longe de rios e vazantes e alimentar uma fogueira a noite inteira. É sono leve, pois a cada duas horas você terá que alimentar a fogueira”, orienta.
Ele concorda que “ir na loucura” — sem muito planejamento, reservas de hotéis, como é o nosso caso –, é legal. Mas faz um alerta: “O rio irá parecer um local perfeito para acampar, mas é o ponto mais perigoso, justamente por causa das onças”. O ideal, diz, é buscar abrigo em uma fazenda ou pousada pelo caminho.
Já na segunda metade da Transpantaneira, conta André, há um base abandonada da Policia Florestal. “Passar em frente não é problema, mas ali é comum as onças levarem suas caças para comer e também descansar. Onça descansa de dia, portanto guardem a curiosidade para vocês, pois já teve casos de entrarem na casa e darem de frente com o bicho”, alerta.
Ok! Seguiremos as dicas de quem é mais experiente em pedais pantaneiros! Até porque, virar lanchinho de onça não está nos nossos planos…
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