Para andar de bicicleta nas ruas do Egito é preciso fazer malabarismos
Em uma das aventuras em que o herói gaulês Asterix veio ao Egito, seu amigo Obelix não se cansava de repetir: “Esses egípcios são uns doidos”. Provavelmente, se eles vissem o trânsito das ruas do Cairo hoje em dia, essa percepção se tornaria ainda mais sólida.
O trânsito egípcio é tão maluco quanto se pode imaginar. Os motoristas dirigem um pé no acelerador e uma mão na buzina. Além disso, muitas carroças com tração animal dividem espaços com carros, vans caindo aos pedaços apinhadas de gente, caminhões, motos e carros. Por enquanto, ainda não me encorajei sequer a dar uma volta de bicicleta no quarteirão do hotel.
Na prática, não existe regra ou código de trânsito. As ultrapassagens podem ser feitas tanto pela direita quanto pela esquerda. O fluxo do trânsito é apenas uma convenção – mas não raro um carro ou moto decide andar pela contramão, buzinando constantemente para alertar os outros motoristas, que também respondem buzinando para o infrator.
Cuidado: animais na pista
Motos podem carregar até quatro pessoas ao mesmo tempo – todas elas sem capacete e os pedestres também dividem espaço com os motoristas. Nas ruas mais congestionadas, vão “costurando” em meio aos carros, os se precipitam na frente dos carros, ignorando solenemente as buzinadas.
Em meio a esse caos, é possível até mesmo ver pessoas pegando carona na parte de fora do carro, sentadas no porta-malas de sedãs ou na caçamba de camionetes e caminhões.
Poucas bicicletas nas ruas de Gizé do Cairo– mas ainda assim, elas resistem
Mesmo sendo um país pobre – o que deveria estimular o uso da bicicleta por trabalhadores – é raro ver algum ciclista nas ruas – e não é difícil entender por que.
Mesmo assim, é possível ver uma ou outra bicicleta – geralmente com uma caixa na garupa, usada por trabalhadores para transportar frutas e legumes.
Se o trânsito é de fato o retrato de uma sociedade, o Egito ainda tem um longo caminho a percorrer.
