A tendência do uso de bicicletas para deslocamento urbano chegou ao Brasil. A realidade, que pode ser facilmente observada nas ruas das nossas cidades, foi agora constatada agora pela Associação Brasileira de Estacionamentos (Abrapark).
A entidade, que representa o setor privado de estacionamentos do país, traz uma reportagem sobre o uso das bicicletas na última edição da sua revista bimestral, a Parking Brasil.
Mas, apesar disso, parece que a Abrapark ainda não se deu conta do potencial de mercado que os milhares de ciclistas em todo o país representam para este setor.
Quem, na falta de paraciclos ou bicicletários públicos, já tentou deixar a bicicleta em um estacionamento privado sabe que, na maioria das vezes, os empresários resistem em ceder espaço para as bicicletas — ainda que o usuário deixe bem claro que quer pagar para isso.
Como o Ir e Vir de Bike já mostrou, uma mesma rede de estacionamento que apóia uso da bicicleta em São Paulo, proíbe usuário de estacionar em Curitiba.
Essa situação, entretanto, poderá ser mudada. Se não pela boa vontade e espírito empreendedor dos empresários do setor, ela força da lei.
Tramita na Câmara Municipal de Curitiba um projeto de lei (nº 005.00083.2011) que obriga os espaços públicos e privados destinados ao estacionamento de veículos automotores a destinar área específica para o estacionamento de bicicletas.
Segundo o projeto, de autoria dos vereadores Caíque Ferrante (PRP) e João Cláudio Derosso (ex-PSDB, atualmente sem partido), cada estabelecimento deverá detinar 5% do total do número de vagas para automóveis às bicicletas na forma de bicicletário e/ou paraciclos. O não atendimento implicará no pagamento de multa de R$ 500 por dia de atraso na adequação.
Mas, independentemente da aprovação da lei — que está em tramitação nas comissões da Casa –, seria um gesto importante da Abrapark empunhar a bandeira de entidade “amiga da bicicleta”, estimulando seus associados a, de forma voluntária, braçar também a causa, fazendo disso uma inovação dentro deste ramo de negócios.
Vale lembrar que, na vaga de um carro, há espaço suficiente para acomodar até 10 bicicletas. Se de cada ciclista for cobrado em até 30% da tarifa de um automóvel — o que é perfeitamente razoável — mulpiplica por 3 a rentabilidade do espaço, o que representa um incremento de 200% na lucratividade. Está na cara que a bicicleta é um bom negócio!