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Jardinagem libertária resulta na oficialização do Bosque de Sofia
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Placa do Jardim de Sofia: uma quase auto-ironia oficial

No último sábado (18), foi oficializado o espaço Bosque de Sofia, no Centro Cívico, que nasceu como uma ação de jardinagem libertária às margens do Rio Belém, sendo reconhecido pelo município de Curitiba passando a integrar a área de perques e jardins da cidade.

Por questões técnicas, a nomenclatura oficial dada foi Jardim de Sofia. “Mas jardim, bosque, floresta, quintal…no caso, é uma referência a transformação do espaço urbano através de ações de ocupação, conquista, tomada de posse, celebração deste espaço, que deixa de ser simples passagem, trânsito, e torna-se local de encontros, convívio e criatividade”, resume Jorge Brand (Goura Nataraj), que participou da ação coletiva que resultou na criação do espaço em 2009.

O grupo que saiu clandestinamente plantando árvores pela cidade é o mesmo que, outrora, ousou pintar uma ciclofaixa autônoma e respondeu processo por crime ambiental. Em ambos os casos, a bicicleta foi mola propulsora desses atos subversivos da mais pura e legítima cidadania.

“Esta ação teve início em 2009, em tardes quentes e úmidas, em que começamos a plantar árvores e propor a re-significação do espaço, ou como afirmavam os situacionistas, a revalorização da experiência cotidiana.

O bicicletário abandonado pelo pod

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Goura Nataraj e Fernando Rosenbaum: ciclofaixas piratas e jardinagem libertária.

er público estava ali, excitando a imaginação e os impulsos subversivos criativos. A ciclovia, que por ali passa, e o rio Belém, canalizado e sujo dos esgotos que são despejados desde sua nascente, apesar de estarem onde estão, embaixo das fuças do Estado (este monstro frio e pegajoso, como dizia Nietzsche) continuam ignorados em seus silenciosos protestos – o rio continua podre e as ciclovias ainda ausentes pela cidade.

No entanto, as mudinhas de alguns anos atrás revigoram e vicejam no caminho dos ciclistas. O Bicicletário, outrora LIVRE, foi palco de shows, ocupações, performances, debates, encontros, projeção de filmes e será, nos próximos meses, um lugar para se estacionar, alugar e consertar bicicletas.

Ou seja, vai existir de fato um bicicletário ali. São pequenas e simbólicas conquisas, que podem sugerir que devemos prosseguir em ações desta natureza, transformando o todo pelas bordas, pelas frestas, pelas fissuras.

O Jardim de Sofia é isto. Seu aparecimento foi espontâneo, bem como sua manutenção, expansão e agora, oficialização”, resume Goura.


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