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São Paulo tem uma ciclofaixa de lazer que cumpre sua função elementar: oferece opção de lazer sobre duas rodas e garante a segurança dos usuários. Simples assim.

Tão simples que a prefeitura de Curitiba deveria deixar seu orgulho de lado e mandar alguns de seus técnicos e o secretário municipal de Esporte e Lazer para lá aprender como se faz.

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Estive na capital paulista há uma semana e aproveitei para conhecer o circuito. As impressões foram as melhores possíveis e qualquer comparação com a estrutura implantada aqui é vexatória para nós curitibanos.

Confira o videocast sobre a Ciclofaixa de Lazer de São Paulo

São Paulo, a maior cidade da América Latina, certamente tem mais problemas que Curitiba. Mesmo assim o poder público local não se acovardou na tarefa de implantar a cultura da bicicleta na cidade. Não tentou fazer isso oferecendo migalhas ou meia-faixas ou apelando para o marketing institucional vazio.

Ao contrário, a prefeitura paulistana criou uma estrutura é funcional — liga pontos de interesse dos cidadãos como parques e pontos de cultura. Poderia simplesmente ter feito um circuito fechado no centro cinzento e feio da cidade. Mas teve coragem de ousar e enfrentar o lobby e a gritaria dos motoristas.

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Em alguns trechos, a via das bicicletas toma conta de avenidas e túneis deixando apenas uma única pista de rolamento para os carros. E o objetivo é esse mesmo: esfregar na cara dos motoristas que os carros congestionam e que a bicicleta flui.

Ainda assim, muitos dos que criticavam antes, hoje pedalam nos fins de semana e reconhecem os benefícios de viver em uma cidade amiga das bicicletas.

A convivência é pacífica — ou, pelo menos, pacificada pela presença ostensiva dos agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O projeto conta com o apoio institucional do banco Bradesco, que com a bandeira do Movimento Conviva, promove campanhas educativas objetivando a convivência pacífica entre motoristas, ciclistas e pedestres.

Lá, o circuito começa às 7 horas da manhã — o que significa que os agentes paulistanos têm uma hora de sono a menos que os congêneres curitibanos. E a estrutura é de deixar qualquer ciclista de queixo caído: pontualmente às 7 horas cones estão dispostos à cada três metros, agentes estão nas esquinas e cruzamentos e monitores dão bom dia aos usuários enquanto outros 20 monitores circulam com as SOS Bikes, fazendo pequenos reparos e ajustes nas bicicletas dos usuários. Tudo para garantir o prazer das pedaladas.

Outros monitores fazem entrevistas qualitativas, que são usadas para melhorar a infraestrutura a cada edição. Em determinados pontos do circuito, há semáforos exclusivos para os ciclistas — com bicicletas no sinaleiro, o que não é obra de cicloativistas, e sim do reconhecimento do poder público paulistano de que a bicicleta é mais que um brinquedo e que a implantação da ciclofaixa é mais do que uma aventura política.

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