![Placas vão sinalizar a presença de ciclistas na BR-277 Sinalização vai alertar para a presença de ciclistas nas saídas da rodovia.](https://media.gazetadopovo.com.br/vozes/2014/01/1495534_660889393950136_15199679_n-760c23fa.jpg)
A partir desta semana, placas vão alertar os motoristas sobre a presença de ciclistas na BR-277, que liga Curitiba ao Litoral. A sinalização será instalada pela Secretaria de Trânsito de Curitiba (Setran) nos trechos urbanos de acesso à rodovia para indicar o tráfego constante de usuários de bicicletas na via.
A iniciativa foi tomada após sugestão da Associação de Ciclistas do Alto-Iguaçu (CicloIguaçu), após a morte de dois ciclistas na estrada em novembro do ano passado. Uma das vítimas foi o ciclista Eduardo Euzébio, de 18 anos, atleta da seleção brasileira de ciclismo.
A sinalização das vias de acesso visa atenuar os trágicos efeitos da omissão da Ecovia, concessionária que administra o trecho e que, apesar do intenso fluxo de ciclistas na rodovia — tanto de atletas profissionais e amadores quanto de trabalhadores –, prefere ignorar o fato e deixar os ciclistas à própria sorte.
Em março de 2012, após o acidente que vitimou o ciclista Demétrius Kirach na BR-277, diretores das Ecovia receberam membros da CicloIguaçu e da Federação Paranaense de Ciclismo (FPC) para uma reunião em que foram apresentados pedidos para reforço da sinalização e uma proposta formal de parceria das entidades no desenvolvimento de ações educativas e de segurança a respeito do uso da estrada por ciclistas. A concessionária, entretanto, nunca levou as propostas adiante. A única iniciativa tomada desde então foi a de incluir uma bicicleta em um dos cartazes da campanha de segurança no trânsito daquele ano.
Após o citado acidente, a concessionária chegou a divulgar uma nota em que afirmava que a “rodovia não é lugar de ciclistas”, contrariando a legislação brasileira e o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que em seu Art. 244 §1º e Incisos subsequentes, permite o deslocamento de ciclos em vias de trânsito rápido ou rodovias onde há acostamento ou faixas de rolamento próprias, como é o caso da BR-277.
Posteriormente, o próprio gerente de engenharia e atendimento ao usuário da Ecovia, Davi Terna, admitiu que o posicionamento era equivocado e reconheceu o direito dos ciclistas — atletas, trabalhadores e turistas — trafegarem no acostamento da rodovia. Nada porém foi feito para garantir a segurança desses usuários.
Outra prova da má-vontade da concessionária com os que pedalam foi dada pela Ecovias, empresa do mesmo grupo e que administra a Rodovia dos Imigrantes, entre São Paulo e Santos. No início de dezembro, a empresa entrou na Justiça para impedir a realização da Rota Cicloturística Márcia Prado.
Seria uma atitude muito mais nobre se a concessionária simplesmente reconhecesse o direito dos ciclistas trafegarem nas rodovias garantindo condições de segurança para isso.
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