A prefeitura de Curitiba detalhou nesta quinta-feira (11) os 11 projetos na área de mobilidade apresentados ao governo federal na busca de financiamento. Dentre as propostas, está a construção de 300 quilômetros de ciclovias — promessa do prefeito Gustavo Fruet (PDT) durante a campanha — e construção de 2 milhões de metros quadrados de calçadas na capital paranaense, orçado em R$ 225 milhões.
Quando a assessoria de comunicação divulgou as propostas na página institucional da prefeitura no Facebook, às 17h44, a administração municipal já havia recebido do Ministério do Planejamento a resposta de que o projeto das ciclovias não poderia ser incluído no pacote de mobilidade.
A justificativa do governo federal é a de que os recursos — da ordem de R$ 50 bilhões para obras de mobilidade em todo o país — devem priorizar projetos de alta densidade, o que não incluiria a proposta das ciclovias e calçadas.
Outros projetos que foram descartados pelo governo federal sob o mesmo argumento são os projetos de mobilidade não motorizada — calçadões nas regionais e readequação do mobiliário urbano — com orçamento de R$ 125 milhões, e a readequação do eixo Centro Cívico e a requalificação da Travessa Nestor de Castro, orçadas em R$ 91 milhões.
O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), no entanto, afirma que o fato de o governo federal não aceitar os projetos dentro do pacote de mobilidade não significa que as obras não serão executadas. “Os projetos podem ser executados com outras fontes de recursos ou financiamento do próprio governo”, informa a assessoria de imprensa do órgão. uma alternativa seria apresentar o projeto ao Ministério das Cidades.
No caso das ciclovias, o órgão reforça que a contrução dos 300 quilômetros “vai sair de qualquer jeito”, já que há uma vontade pessoal do prefeito e do próprio órgão em criar um sistema de mobilidade integrado, com atenção especial ao modal bicicleta. A apresentação das propostas ao governo federal teria sido uma tentativa da prefeitura aproveitar a oportunidade na tentativa de “agilizar” a implantação da malha.
O argumento é totalmente aceitável. Entretanto, não se pode ignorar o fato de que houve uma tentativa de “vender” como algo inovador projetos natimortos. Criar “factóides” na área da ciclomobilidade pode até render algumas curtidas na página do Facebook, mas depois vai exigir muita destreza para tentar explicar porque os projetos apresentados não se transformaram em realizações.
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