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Vem aí uma nova campanha oficial da Prefeitura de Curitiba para divulgar a ciclofaixa da Marechal Floriano, que será equivocadamente propagandeada como a “primeira ciclofaixa da cidade”.

Na última quarta-feira (7), por volta das 15 horas, uma equipe de filmagem gravava as cenas do comercial no trecho da via entre o viaduto do Hauer e o terminal do Carmo.

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O filmete será mais ou menos assim: um casal sorridente de atores-ciclistas, bem magrinhos e esbeltos, andando de bicicleta, lado a lado, na nova cliclofaixa.

Não necessariamente com essas mesmas palavras, um narrador vai dizer que a inovação é parte de um plano mais amplo da Prefeitura voltado à mobilidade urbana. Vai afirmar que a capital paranaense tem a “segunda maior rede cicloviária do país” e que o “trabalhador e os ciclistas agora podem atravessar a cidade de ponta a ponta em segurança”. No fim, aí sim com toda a certeza, vai encerrar dizendo que, “em Curitiba, tudo é para a família”.

Quem viu a gravação de perto, percebeu que as bicicletas tinham guidões menores que o padrão, para que pudessem andar lado a lado.

Também viu algo que não vai aparecer no vídeo: os equipamentos da produtora (guardasol, câmeras de vídeo e caixotes) foram colocados fora da ciclofaixa, na pista de rolamento dos veículos. Com isso, todos os carros e ônibus que por ali passavam no momento da gravação tinham que, obrigatoriamente, desviar seu trajeto para pista da direita, dando a falsa impressão para quem vai assistir o vídeo de que guardavam distância segura dos ciclistas-atores.

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Ainda não há como confirmar com certeza se o comercial da Prefeitura vai explicar que a obra da ciclofaixa demorou quatro anos para ser executada e que ela está sendo entregue com quatro meses de atraso. Ou que o município perdeu US$ 900 mil a fundo perdido do Banco Mundial para financiar a obra, por não ter apresentado um projeto técnico em tempo hábil.

Também não se sabe se um dos atores-ciclistas-felizes vai contar que a ciclofaixa começou a ser implantada com 75 centímetros de largura, contrariando as recomendações do Departamento Nacional de Trânsito para esse tipo de via.

Tampouco há como antecipar se o referido comercial vai mostrar as imagens dos protestos dos ciclistas na ciclofaixa durante a fase de obras. Mobilizações estas que levaram a prefeitura a suspender a implantação da via até que se resolvessem problemas estruturais elementares.

O impasse só foi resolvido quando a própria Prefeitura reconheceu o erro e abriu um canal de diálogo com os ciclistas. Os representnates da Setran, URBS e Ippuc levaram em conta as sugestões dos ciclistas de verdade. Esse é história. O resto é pura propaganda.

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Colaborou Diogo Macedo Netto