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Primavera das Bicicletas – Pressionada, prefeitura marca reunião com ciclistas de Curitiba
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Com “ciclofaixa de lazer” operando uma vez por mês, prefeitura quer “despertar a consciência dos motoristas e pedestres de que a bicicleta terá cada vez mais espaço para circular na nossa cidade”.

O prefeito de Curitiba Luciano Ducci (PSB) convidou as lideranças do movimento cicloativistas da cidade para uma reunião amanhã (21) , às 16 horas, na Prefeitura.

A reunião foi marcada no mesmo dia em que
as quatro das nove primeiras matérias do site da prefeitura eram relacionadas ao tema da bicicleta. Isso sem contar o banner publicitário da “Ciclofaixa de Lazer”.

Provavelmente, esse súbito interesse pelo tema das duas rodas seja uma resposta às pesadas críticas recebidas pelo projeto da ciclofaixa de lazer — que terá apenas 4 quilômetros de extensão e só funcionará uma vez por mês.

A contar pelas informações do site, dá para acreditar que, em breve, a cidade poderá servir de modelo para Copenhagem, Amsterdã e Bogotá graças às suas avançadas políticas de ciclomobilidade.

A prefeitura também divulgou em seu site o início das obras da ciclofaixa na Marechal Floriano para daqui a um mês. A “novidade”, entretanto, é anunciada um ano a três meses após o projeto ter sido apresentado.

Segundo a prefeitura, a pista exclusiva para ciclistas, ao lado da canaleta do expresso, terá 4 quilômetros de extensão, cor diferenciada, sinalização especial e iluminação, ligando o Terminal do Carmo ao viaduto da Linha Verde, na antiga BR 116.

No site oficial, o prefeito afirma que investir na mobilidade urbana é prioridade em Curitiba. “Investimos no transporte público, na melhoria do sistema viário e também na ampliação das ciclovias. Com isso, integramos todos os modais de transporte facilitando os deslocamentos dos curitibanos”, garante.

Críticas e protesto

Reprodução/ namedidadohumano.blogspot.com
Símbolo do planejamento urbano de Curitiba: ciclovia é interrompida por placa de publicidade.

Ainda no site oficial, a Prefeitura afirma que Curitiba “está no topo do ranking nacional quando se considera o tamanho da malha cicloviária”, com os 120 quilômetros “de vias exclusivas para bicicletas”.

As ciclovias de Curitiba, entretanto, são algo de críticas constantes de seus usuários — tanto pela falta de manutenção quanto pela opção pelo modelo compartilhado com os pedestres, o que não as torna “vias exclusivas”.

Segundo matéria do repórter Rafael Waltrick, publicada na edição de 16/10 da Gazeta do Povo, ciclistas e urbanistas criticam justamente a falta de um plano diretor cicloviário. Isso porque, em Curitiba, a rede cicloviária implantada há três décadas é destinada ao lazer e não para a locomoção entre grandes distâncias. Sinal claro de que, ao longo do tempo, a bicicleta nunca foi levada a sério como meio alternativo de transporte.

Para pedir mais espaço para a bicicleta no planejamento urbano da cidade o movimento Bicicletada, está convocando um protesto para o próximo domingo, em que será inaugurada a primeira ciclofaixa de lazer de Curitiba. Através das redes sociais o movimento já conta com centenas de apoiadores.

Trânsito violento

O site Bicicleteiros.com.br publicou um levantamento que aponta para 65 ciclistas mortos em Curitiba, vítimas de acidentes de trânsito desde janeiro de 2001, quando Beto Richa (PSDB) assumiu a prefeitura, até o dia 30 de setembro de 2011, já na gestão do Luciano Ducci (PSB), vice-prefeito que assumiu com a ida de Richa ao Palácio Iguaçu.

Foram 4.633 acidentes envolvendo ciclistas com carros, caminhões, ônibus e motos. O número de vítimas fatais abrange apenas os mortos no local do acidente e não contabiliza os ciclistas que morreram a caminho do hospital ou que morreram posteriormente em função da gravidade dos ferimentos. As estatísticas foram obtidos no site do Corpo de Bombeiros.

“Nestes mais de 10 anos, muito se falou em sustentabilidade, mobilidade urbana, muito foi prometido em termos de estrutura cicloviária e agora, ao final desta década de gestão Richa/Ducci, eles solene e estrondosamente oferecem o Circuito Ciclofaixa de Lazer, com extensos 4 km de faixa à esquerda – pois fora o único domingo do mês que funcionará a faixa de lazer, se o ciclista for atropelado e não estiver no lado direito da via, a responsabilidade é dele!”, critica o site.

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