Um dia após a Bicicletada Nacional, que mobilizou milhares de ciclistas nas ruas das principais cidades do país, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) levou a bicicleta ao centro do debate político nacional: no sentido literal — ele foi ao Senado pedalando — e no sentido político — na Tribuna, o parlamentar leu a carta elaborada no 1º Fórum Mundial da Bicicleta.
Em sua intervenção, feita no início da sessão, Suplicy registrou a realização de manifestações simultâneas de ciclistas em 40 cidades brasileiras contra a violência no trânsito na noite da última terça-feira.
Ele lamentou as mortes de ciclistas, que teriam chegado a 439 de 2005 a 2010, apenas no município de São Paulo.
O senador lembrou a morte, na semana passada, da bióloga Juliana Dias, na Avenida Paulista, e do mecânico Hélio Nunes da Costa, em Belém do Pará.
Ele também mencionou o caso do biólogo Pedro Davison, que perdeu a vida depois de ser atropelado em 2006, no Distrito Federal.
Após defender a adoção de políticas públicas de mobilidade, o senador leu os dez pontos do documento formulado pelos ciclistas reunidos no 1º Fórum Mundial da Bicicleta, realizado em fevereiro em Porto Alegre.
O gesto do senador, claro, é apenas simbólico. Oportunismo não, pois a simpatia de Suplicy com a causa das bicicletas já é conhecida e possui um histórico.
Ter uma voz que ecoe o clamor das ruas no Congresso Nacional é importante. Mas é puro simbolismo. Só que o jogo político é feito essencialmente de ritos e símbolos. Tanto que, aos eleitos, chamamos de “representantes”.
Para mudar a realidade, entretanto, é preciso que, cada vez mais, as bicicletas tomem as ruas. E que as manifestações como a Bicicletada Nacional sejam cada vez maiores e mais constantes para que o Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais coloquem, definitivamente, a bicicleta como elemento na formulação de políticas públicas.
Cicloativistas do Distrito Federal entregam documento do FMB-Poa ao senador Suplicy
Leia a íntegra da carta do 1º Fórum Mundial da Bicicleta:
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