Santuário da Mata Atlântica, a Estrada da Graciosa, no Paraná, oferece um dos roteiros mais belos do Sul do país para ser explorado sobre duas rodas. Recortando um mar verde, colorido por beijinhos e hortênsias, a antiga estrada de paralelepípedo que serpenteia a Serra do Mar guarda uma surpresa a cada curva. E como se tudo isso já não fosse encantador o bastante, o cenário ganha contornos quase mágicos durante a noite, quando iluminado apenas pela lua cheia.
No último sábado, um grupo de 15 ciclistas se aventurou pelo traçado antigo da estrada – o chamado Caminho de Dom Pedro, que tem esse nome por ter recebido o então imperador e sua comitiva em 1880. A aventura dos ciclistas começou no município de Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba. Além de ciclistas da capital paranaense, a expedição contou com três participantes internacionais – a argentina Muriel e os mexicanos José Oswaldo e Viridiana – além de um grupo de seis amigos que vieram de Maringá e região para explorar a Graciosa sobre duas rodas.
Saindo do portal que marca o início da estrada, enfrentamos um trecho que concentra uma sequência de subidas de tirar o fôlego até mesmo dos ciclistas mais bem preparados. Todo o esforço, porém, foi recompensado pelo espetáculo do céu. Lá do alto, como que brincando de esconde-esconde com os ciclistas, a lua se ocultava atrás das nuvens para logo em seguida reaparecer, imponente, iluminando nossos caminhos.
Com a estrada deserta, houve momentos em que valeu a pena desligar as luzes de segurança das bicicletas para ter o caminho iluminado apenas pela luz do luar. Outro espetáculo foi observar os vagalumes na mata, que promoveram um show a parte com suas luzes verdes piscando freneticamente, embalada pelo coachar de sapos e rãs e o ritmo sinistro do canto de curiangos e corujas, promovendo uma verdadeira festa rave da floresta.
Uma parte do grupo se aventurou pela chamada Trilha do Alemão, que guarda o traçado original em estrada de terra recortando a mata fechada. O tempo firme ajudou, apenas no início da descida tivemos que encarar um pouco de neblina, que logo se dissipou. Porém, a serração impediu que contemplássemos a vista da Baía de Paranaguá do mirante, um dos atrativos da estrada durante a noite. Por outro lado, pudemos apreciar a beleza e imponência do Pico do Marumbi, pintado com reflexos prateados contrastando com o céu.
O tráfego na estrada durante a madrugada é leve e praticamente inexistente e, curiosamente, teve praticamente mais bicicleta do que carro nos dois sentidos. Enquanto descíamos, cruzamos com um grupo de ciclistas que subiam a serra também durante a madrugada para participar do desafio Audax.
A descida na estrada de paralelepípedos é, sem dúvidas, a parte mais divertida. Mas ali é preciso controlar a velocidade e ter o braço firme para manter a estabilidade com a trepidação. O trecho guarda uma sequência de curvas fechadas, incluindo a Curva da Ferradura, em ângulo de 180 graus, onde é impossível não curtir o embalo e a adrenalina correndo solta.
Cansados e famintos, chegamos ao distrito de Porto de Cima por volta das 2h. Em cada rosto, porém, um sorriso estampado provando que cada pedalada e cada gota de suor valeram a pena e que a lembrança dessa aventura vai ficar na memória ainda por muito tempo.
Ir e Vir de Boia
No domingo pela manhã, mesmo com o corpo moído depois de toda a tensão da descida, o grupo ainda encontrou disposição para descer o Rio Ñundiaquara de boiacross. Em um dia de forte calor e céu limpo, todos aproveitaram a correnteza forte em meio a natureza para garantir mais uma boa dose de adrenalina e diversão. A expedição foi fechada com chave de ouro em um almoço com o tradicional barreado – prato típico da região – com frutos do mar.
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