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Via Calma: preferência não é uso exclusivo. (Foto: Cesar Dornfeld)
Via Calma: preferência não é uso exclusivo. (Foto: Cesar Dornfeld)| Foto:
Carro sobre a faixa preferencial de bicicletas: todos devem aprender a compartilhar o espaço.  (Foto: Manu Saboia)

Carro da Prefeitura sobre a faixa preferencial de bicicletas: todos devem aprender a compartilhar o espaço. (Foto: Manu Saboia)

A implantação de uma via acalmada na Av. 7 de Setembro – um dos principais eixos viários do Centro de Curitiba –, com a criação de uma faixa para circulação de bicicletas, tem gerado intensos e acalorados debates nas redes sociais e fora delas. Isso tudo antes mesmo da conclusão da obra e completa sinalização do local.

Revoltados, muitos ciclistas que trocaram a canaleta do ônibus expresso pelas faixas demarcadas na lateral da pista têm postado fotos de carros invadindo a área que, em tese, deveria ser exclusiva dos ciclistas.

Mas é preciso muita calma nesta hora! Os motoristas não estão errados (ao menos, não desta vez!). O conceito da via acalmada, na qual a velocidade máxima permitida é de 30 quilômetros por hora, é o do compartilhamento do espaço de circulação. Na prática, isso significa que o ciclista tem a preferência, mas não a exclusividade sobre o espaço demarcado – o que ocorre somente nas ciclovias e ciclofaixas regulamentadas e nas bici-caixas dos cruzamentos semaforizados.

Goste-se ou não da proposta, é assim que a via calma da 7 de Setembro vai funcionar daqui pra frente — e isso vale tanto para motoristas quanto para os ciclistas. “Em verdade, todos teremos de reaprender normas de trânsito e a praticar doses maciças de tolerância”, avalia o arquiteto do Ippuc Antônio Miranda, um dos responsáveis pelo projeto da via calma.

Via Calma: preferência não é uso exclusivo. (Foto: Cesar Dornfeld)

Via Calma: preferência não é uso exclusivo. (Foto: Cesar Dornfeld)

Os resultados da 7 de Setembro devem orientar a implantação do modelo em outros eixos da cidade, totalizando 60 quilômetros de vias acalmadas. A Av. Joao Gualberto — entre o Centro e o Terminal do Cabral – e a Padre Anchieta – Centro/Campina do Siqueira — devem ser as próximas a receber esse tipo de infraestrutura. Futuramente, elas podem ser convertidas em ciclofaixas exclusivas.

A concepção desse tipo de espaço tem o mérito de servir de laboratório para ensinar o respeito mútuo no trânsito curitibano. Ali, o motorista pode aprender que o ciclista também é parte do sistema de tráfego e levar esse espírito a outras ruas da cidade, ajudando a “pacificá-las”. Parece ingenuidade acreditar que isso é possível? Mais ingênuo ainda é esperar que os 300 quilômetros de ciclovias prometidos na campanha saiam do papel para começar a pedalar.

Este é um desafio que exige uma mudança de comportamento de todos. Mas o caminho é um só: se queremos uma cidade mais humana, com respeito e harmonia, é preciso saber compartilhar o espaço. É hora de parar de apontar para o erro dos outros e simplesmente fazer o que é certo.

Motoristas, ciclistas e pedestres podem e devem viver em equilíbrio, respeitando as diferenças e especificidades; com preferência do menor para o maior, do não-motorizado sobre o motorizado. Por óbvio, isso não exclui a responsabilidade da Prefeitura de Curitiba e da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) de fiscalizar o cumprimento da legislação de trânsito no local e de promover campanhas educativas e prestar as devidas orientações para o correto uso do espaço, de forma a reduzir a incidência de conflitos, aplicando as sanções necessárias quando for o caso.

Modos de usar a Via Calma da 7 de Setembro

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Motorista/Motociclista

A rua é de todos. Respeitadas as leis de trânsito, o cidadão sobre uma bicicleta tem o mesmo direito de ir e vir do que você em seu carro;

A área demarcada é preferencialmente dos ciclistas. Se precisar usá-la, sinalize adequadamente sua intenção;

O ciclista tem preferência na via e nos cruzamentos. Seja gentil e ceda a passagem!

A velocidade máxima da via calma é de 30 km/h. Se estiver com pressa, use os binários nas vias paralelas;

Respeite a marcação das bici-caixas nos cruzamentos. Essa área é exclusiva dos ciclistas;

Dê preferência aos pedestres nas travessias elevadas. Se alguém for atravessar, pare o carro e dê a passagem;

Entenda: assim como o pedestre, o ciclista não é obrigado a usar o capacete.

Ciclista
placa-bike Nunca, jamais, sob hipótese alguma use a canaleta do ônibus expresso. Não há desculpa, não há argumento, não tem “mas” nem “mi-mi-mi”. Lugar de bicicleta é na via, junto com os veículos. Dê o bom exemplo e ocupe seu espaço!;

A rua é de todos. Respeitadas as leis de trânsito, o cidadão dentro de um carro tem o mesmo direito de ir e vir do que você sobre sua bicicleta;

Você tem a preferência na área demarcada, mas os carros também podem usá-la. Fique atento à indicação do motorista e às setas dos veículos;

Quando o motorista ceder a passagem, agradeça com um sorriso no rosto e um “joinha”! Gentileza gera gentileza;

A velocidade máxima de 30 km/h também vale para quem pedala. A rua não é pista de treino;

Respeite o sentido da via e o sinal vermelho. As leis de trânsito são para todos;

Use os equipamentos de segurança e sinalização obrigatórias em sua bicicleta;

Dê preferência aos pedestres nas travessias elevadas. Se alguém for atravessar, pare a bike e dê a passagem;

Tente fazer isso em todas as ruas da cidade.

Pedestres
432_1_ggNunca, jamais, sob hipótese alguma caminhe na via de tráfego. A área tampouco é pista de cooper;

A rua é de todos. Respeitadas as leis de trânsito, todos têm o direito de ir e vir;

Atravesse a rua apenas nas faixas de pedestre e travessias elevadas;

Não se esqueça que a canaleta do ônibus expresso continua com velocidade acima dos 30 km/h. Tenha cuidado ao fazer a travessia.

Você tema preferência nas travessias elevadas. Quando lhe derem a passagem, seja gentil e agradeça com um sorriso!

 

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