A Marcha das 1.000 Bicicletas mobilizou Curitiba e superou a expectativa dos organizadores. Segundo informações da Polícia Militar, entre 1 mil e 1,2 mil ciclistas foram às ruas para marcar o Dia Mundial Sem Carro e exigir mais espaço para esse meio de transporte.

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Veja como foi o evento na cobertura especial do Ir e Vir de Bike:

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Opinião

Alexandre Costa Nascimento, jornalista e ciclista (texto publicado na versão impressa da Gazeta do Povo de 23/09/2011)

O prefeito que não sabia pedalar

O prefeito Luciano Ducci (PSB) deu sua contribuição ao Dia Mundial sem Carro despejando um pouco mais de dióxido de carbono (CO²) na já tóxica atmosfera de Curitiba. Para dar expediente ontem, o prefeito não gastou sola de sapato, não quis dar algumas pedalas e ignorou até mesmo o badalado biarticulado Azulão. Foi para o Palácio 29 de Março de carro mesmo, como sempre faz, atropelando solenemente uma data comemorada em mais de 2 mil cidades do planeta.

Se ignorou como pessoa física, Ducci também se omitiu como autoridade: não preparou nenhuma ação específica para marcar a data na cidade. Ao contrário do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB) e do senador Eduardo Suplicy (PT), que usaram a bicicleta, saíram bem na foto, viraram notícia e de quebra ganharam a imagem de políticos “moderninhos”.

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Na tentativa de reverter a imagem negativa, ainda durante a tarde de ontem, a assessoria do prefeito divulgou uma nota no site oficial da prefeitura reafirmando o “compromisso” com as bicicletas. A prova disso? A criação de uma “câmara técnica” para discutir o assunto e o projeto de implantação de 22 quilômetros de ciclovias que, sem um plano diretor, liga nada a lugar algum. “A prefeitura de Curitiba tem investido de forma significativa na melhoria das ciclovias já existentes e na ampliação da malha cicloviária de forma a garantir deslocamentos seguros para os ciclistas curitibanos”, diz o texto.

A referida nota, entretanto, omite o fato de que o mesmo prefeito que “tem toda a simpatia à causa da bicicleta” autorizou o corte de 72% no orçamento municipal para construção e manutenção da rede cicloviária da cidade, reduzindo a previsão de R$ 2 milhões para R$ 590 mil, segundo dados do site Curitiba Aberta. Em nove meses, a prefeitura só executou R$ 126 mil, no único desembolso feito durante este ano, no mês de maio.

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