A prefeitura de Curitiba publicou em seu site um texto comemorando o aumento do número de passageiros no transporte coletivo. Segundo o Executivo, esse foi o primeiro acréscimo em seis anos. A notícia tem cara de boa, já que a queda do número de passageiros é um dos principais pontos do desequilíbrio financeiro do sistema. Entretanto, esse dado vem de uma conta frágil e para ser comemorado – seguindo a máxima de que caldo de galinha e cautela não fazem mal a ninguém – precisa de mais evidências.
Para entender o furo da conta, é preciso entender de onde surge o cálculo da prefeitura. O que foi comemorado na sexta-feira (20) foi o crescimento de 0,27% no número de passageiros em março deste ano em comparação com o mesmo período de 2017. Acontece que em março de 2017 a cidade teve seis dias de greve no transporte coletivo. Ainda que os ônibus não tenham parado completamente durante todo esse período, a frota circulando parcialmente diminuiu o número de passageiros pagantes. Portanto, não é possível comparar os meses de março de 2018 com março de 2017 e achar que esse crescimento de 0,27% indica uma reação à tendência de queda do número de passageiros.
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Na avaliação do presidente da Urbs, entretanto, esse crescimento já é reflexo da melhora na economia, do congelamento da tarifa, da estabilidade do serviço que segue sem paralisações e greves, e do início da renovação da frota são fatores que influenciam nesse aumento.
Por enquanto, a explicação da greve de 2017 parece muito mais sólida que os motivos elencados por Ogeny Pedro Maia Neto.
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Mesmo com a necessária cautela, a prefeitura apresenta alguns dados que podem alimentar certa esperança – a ser testada pelos resultados que virão nos próximos meses. Com menos destaque que a celebração do resultado de março, o Executivo informou que o acumulado até o dia 18 de abril é de 261.734 passageiros a mais do que o mesmo período de 2017. Com isso, a prefeitura espera fechar o mês de abril com uma alta de 4%.
Há outra informação um pouco mais sólida no texto publicado. É uma comparação do primeiro trimestre de 2017 com mesmo período de 2018. Esse recorte temporal maior mostra uma queda menos acentuada no número de passageiros. Enquanto em 2017 a retração foi de aproximadamente 13%, em 2018, foi de 1%.
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