A queda de passageiros no transporte coletivo de Curitiba passou os últimos anos sendo apontada como principal causa do desequilíbrio financeiro do sistema. Entre 2011 e 2017 a redução de pessoas transportadas superou 25%. No primeiro semestre de 2018, essa queda finalmente desacelerou e, segundo a Urbs, dá sinais de estagnação.
Enquanto no período de março a junho de 2017 o sistema teve uma queda de passageiros de 12,2% na comparação com 2016, em 2018, na comparação com 2017, a queda foi de 3,18%. Desde 2014 o número vem caindo num ritmo superior a 5%. Esses dados já levam em conta a greve que aconteceu em março de 2017. Portanto, a desaceleração da queda não pode ser atribuída à paralisação dos serviços.
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Outro dado relevante é que em 2018 também houve redução do déficit entre a previsão de passageiros feita pela Urbs e o número de transportados de fato. Esse encontro entre o que é planejado e executado é fundamental para dar equilíbrio financeiro ao sistema.
Para o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, a redução da queda é um fato a ser comemorado.
“Quando você tem essa estabilidade pode fazer cálculos para atrair mais passageiros, buscar a mitigação de custos, trabalhar o preço da tarifa. É excelente notícia para o transporte, para a Urbs e para a cidade”, afirmou.
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Segundo Maia Neto, diversos fatores influenciaram a redução da queda. Entre esses motivos está o fim da disparada da taxa de desemprego. Em Curitiba, 60% das passagens são compradas por empresas, portanto esse movimento interfere diretamente no número de passageiros.
O presidente da Urbs também defende que essa redução é consequência de medidas tomadas pela prefeitura. Ele elenca a renovação da frota, o congelamento da passagem em R$ 4,25 em 2018 e a regularidade na prestação de serviços, que faz com que o sistema ganhe credibilidade. Um exemplo foi que mesmo durante a greve dos caminhoneiros os ônibus continuaram a rodar em Curitiba.
O sindicato das empresas concessionárias do transporte coletivo, Setransp, faz análise similar à da Urbs. Em nota, o Setransp afirmou que o principal fator que explica a desaceleração é a situação econômica do país.
“O total de pessoas que perderam o emprego e, por consequência, o vale-transporte refletiu-se de maneira bastante significativa na passagem de 2016 para 2017. Em 2018, porém, o grande contingente de desempregados está oscilando na faixa dos 13 milhões, não se aprofundou de maneira tão expressiva quanto no ano anterior” afirmou, em nota, o sindicato.
Outra explicação dada pelos empresários é que a maior parte da migração de passageiros que deixaram o ônibus para utilizar aplicativos de transporte já aconteceu, portanto essa baixa já foi absorvida.
O Setransp também cita ações da Urbs que podem ter contribuído para a retenção de passageiros, com a retomada da renovação de frota e a implantação de nova linha Ligeirão.
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