O ex-ministro da Saúde e deputado federal pelo Paraná, Ricardo Barros (PP), afirmou nesta segunda-feira (28) que vai manter sua candidatura avulsa à presidência da Câmara dos Deputados. Único paranaense entre os que se lançaram candidatos até agora, ele acredita ter potencial para ser o “voto útil” dos parlamentares que não querem mais Rodrigo Maia – candidato à reeleição – na presidência da Câmara.
A eleição acontece na sexta-feira (1) e Barros tem pedido voto individualmente a cada parlamentar. Mesmo sem o apoio do Partido Progressista, que também tem como candidato o líder da legenda, Arthur Lira (PP-AL), Barros acredita em sua vitória. “O voto é individual e secreto”, diz.
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O deputado tem embasado seu discurso em propostas que agradam aos parlamentares e ao Executivo.
Aos colegas, Barros tem dito que é necessário “empoderar a Câmara”, evitando as interferências do Judiciário e do Ministério Público em assuntos legislativos.
“O eleitor [os deputados, no caso] está me vendo trabalhar. Não preciso fazer campanha para a mídia”, garante Barros.
Para angariar apoio do Executivo, Barros lança mão de seu bordão, dizendo ser “um político de resultados”. Ele diz que se eleito, vai concentrar em esforços em três áreas: a reforma da previdência, a reforma tributária e a pauta de costumes – todos assuntos caros ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
“O Brasil precisa de remédios amargos e eles são difíceis de serem aprovados no parlamento”, diz.
Fontes ligadas ao PP avaliam que ao fechar com o PSL e deixar de fora do bloco MDB e PP, o deputado Rodrigo Maia se alia a parlamentares pouco experientes. Entre essas duas legendas há quem defenda que em algum momento – e esse momento parece ser logo – Bolsonaro precisará de quem sabe como a Câmara funciona. E Ricardo Barros, que sabe, tenta ocupar essa posição.
Há parlamentares, entretanto, que acreditam que Barros se lançou candidato em uma estratégia alinhada com MDB e PP. Por essa análise, as siglas lançariam vários candidatos com o objetivo de enfraquecer a candidatura de Maia e conseguirem levar a disputa para o segundo turno, quando os opositores se aliariam para buscar derrotar o atual presidente.
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