Desde que foi eleita para seu primeiro mandato como deputada federal, em 2014, Christiane Yared (PR-PR) tem concentrado sua atuação nas questões relacionadas ao trânsito. Nesta quarta-feira (5), a deputada comentou o projeto encaminhado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) que altera regras do Código de Trânsito Brasileiro. Mesmo sendo da base do governo, a parlamentar não economizou críticas à proposta.
Entre as medidas previstas pelo governo estão o aumento do limite de pontos na Carteira Nacional de Habilitação de 20 para 40; o fim da exigência de exame toxicológico para motoristas profissionais; e o fim da multa para quem transportar crianças sem cadeirinha.
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Na visão de Yared – mãe de Gilmar Rafael Yared, um dos mortos no acidente de trânsito causado pelo ex-deputado estadual Carli Filho, em 2009 –, as medidas são “terríveis” e “trágicas”.
“Em média, 160 pessoas morrem diariamente no Brasil por acidentes de trânsito. Fora as que ficam com sequelas. Quando a gente libera a legislação, a leitura que fica é que o problema não é grave. Se isso for aprovado, daqui um ano nós vamos colher muitas mortes no trânsito”, analisou.
Segundo a deputada, a luta de todas as pessoas e instituições envolvidas com o trânsito é para deixar a legislação mais firme e a fiscalização e punição mais efetivas. Esse tipo de medida, portanto, vai na contramão do que se considera necessário para um trânsito mais seguro.
“Quem pune, educa. O motorista pode reclamar da multa, mas a multa é o menor dos problemas. Melhor a multa que um terreno no cemitério. Melhor a multa que passar a vida com sequelas de um acidente”, afirmou Yared.
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A deputada acredita que o texto tem poucas chances de ser aprovado no Congresso da forma como foi encaminhado pelo presidente. Ela já adiantou que vai trabalhar para alterar os pontos que considera mais problemáticos na proposta, como por exemplo o aumento do limite de pontos e a questão do transporte de crianças.
Durante sessão conjunta do Congresso Nacional realizada na tarde desta quarta-feira (5), a deputada foi à tribuna apresentar críticas ao projeto. "O que está acontecendo conosco, senhores? Vamos regredir? Não é possível que a gente aceite tudo isso como algo normal", disse aos colegas parlamentares.
Em abril, quando Bolsonaro anunciou pelo Twitter que determinara a suspensão de uma licitação de radares para rodovias federais, Yared também criticou a decisão.
"Caro senhor presidente, a paz do motorista acontece quando ele se sente seguro na rodovia, quando sabe que há um controle pensado para salvar vidas, a dele, a da sua família, dos seus entes queridos”, escreveu a deputada.
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