O senador Roberto Requião (MDB) subiu à tribuna na terça-feira (11) para fazer seu discurso de despedida do Senado Federal. Em pouco menos de 20 minutos, o emedebista sintetizou sua visão de país e criticou Jair Bolsonaro (PSL) e aliança política que o sustenta. Em suma, foi o discurso de um nacional desenvolvimentista profetizando a ruína do que chamou de ultraliberalismo. Em suas palavras finais, Requião ainda deixou aberta a porta da atuação política.
“Daqui a algumas semanas, encerra-se o meu mandato de senador. Não me recolho à vida privada, não tenho também esse direito. Enquanto respirar, viverei pelo Brasil, fiel, intransigentemente fiel, à utopia que me embala desde a meninice: o sonho de um país soberano, desenvolvido e bom para todos”, disse Requião no último trecho de seu discurso, sem detalhar como será sua atuação política pós-Senado.
LEIA MAIS: Requião não deve seguir na presidência do MDB. O que será do partido no Paraná?
Antes disso, ele não economizou críticas a Bolsonaro e sua equipe. Disse que a aliança política do presidente eleito é tosca e primitiva.
“Temos à vista uma frente inusitada, um bando de especuladores e de agiotas, ultraliberais entreguistas e traidores da Pátria, ombro a ombro com as Forças Armadas. Eu até poderia estender a adesão da teologia da prosperidade”, afirmou o Senador.
Além de atacar ele também listou os posicionamentos que nortearam sua ação parlamentar nos últimos oitos anos, especialmente as pautas em que era contrário. Entre elas estão a privatização da Petrobras e da Eletrobras; a entrega da Base de Alcântara para os Estados Unidos; a absorção da Embraer pela Boeing; a venda de terras para os estrangeiros; em entre outros, a privatização da água, das florestas, do ar e do mar territorial.
VEJA TAMBÉM: Requião fica longe do poder após 36 anos. Qual será o seu futuro?
Como tem feito desde o começo de seu mandato no Senado, Requião também se posicionou sobre a política externa brasileira. Ele criticou o “alinhamento automático com os Estados Unidos”.
“Não se lembram mais de que, para realizar os nossos objetivos nacionais permanentes, para isso, é essencial que sejamos um País soberano, dono do seu próprio nariz, que não se envolva nessa ideologização estúpida, atrasada, provinciana em que Guedes, Araújo e Vélez Rodriguez querem nos meter?”, questionou.
No discurso, Requião só falou do Paraná ao dizer que exerceu com honra, dedicação e brasilidade o mandato concedido pelos paranaenses.
Assista à íntegra do discurso:
Acompanhe o blog no Twitter.
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná