Em 2015, quando a cidade sofreu com enchentes, Greca fez piada nas redes sociais; agora adota tom ponderado. (Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo)| Foto:

Há um abismo entre o discurso do Rafael Greca (PMN) candidato e do Rafael Greca prefeito. Quando a cidade sofreu com enchentes em 2015, sob a gestão de Gustavo Fruet (PDT), Greca fez troça nas redes sociais; agora prefeito, ele tenta contemporizar e recorrer a um discurso técnico e sensato sobre o assunto.

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Em suas falas após as enchentes deste mês de março, Greca tem sido responsável. Pondera, explica e informa o que a prefeitura tem feito para evitar os alagamentos. O prefeito, afinal, é engenheiro e fala com propriedade sobre o tema. O problema é que ele já era engenheiro em 2015, mas naquele momento preferiu a piada.

“Curitiba alaga agora até onde não temos rios. Bueiros entupidos por entulhos, lixo e caliça flagelam nosso povo. Limpar bueiros é dever da Prefeitura. Ou existe um projeto de Curitiba capital do surfe no asfalto?”, provocou Greca há três anos. Se for assim tão simples acabar com o problema das enchentes na cidade, está aí um recado do Greca 2015 para o Greca 2018.

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Nesta quinta-feira (15), a retórica foi outra e Greca recorreu a termos como hipsometria, que segundo o prefeito informou em seu Facebook, “é a técnica de representação da elevação de um terreno através das cores”.

“Compreendam que os nossos rios que tem o tamanho das chuvas que os escavaram no terreno hoje ocupado pela nossa cidade [sic]. Curitiba é sujeita a cheias, ainda mais quando sofre chuvas catastróficas localizadas nas cabeceiras dos rios, como aconteceu neste março, dias 3 e ontem (14)”, escreveu.

É comum que gestores tropecem na língua dos candidatos. O que essa contradição revela é a necessidade de um debate político responsável e criterioso mesmo por parte daqueles que estão na oposição. Não dá para plantar um discurso fácil no período de campanha e querer cobrar ponderação depois de eleito.

 

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