O senador Flávio Arns (Rede) é um contemporizador – algo raro e importante no cenário político atual. Sempre respeitoso no trato pessoal, ele estende esse comportamento para sua ação política e não parece abandonar a cordialidade nem com adversários. Na sexta-feira (23), entretanto, o parlamentar subiu o tom de seu discurso em um texto publicado em redes sociais. Nada perto do que fazem os políticos mais estridentes nem que chame muita atenção na algaravia brasiliense, mas, vindo de Arns, a chamada à razão surpreendeu.
“A que ponto chegamos? Enquanto a Amazônia pega fogo, estamos discutindo teorias absurdas ao invés de resolvermos o problema. O momento exige uma ação imediata, urgente. O que estamos vendo, porém, é uma ação tardia contaminada por discursos polêmicos, que colocam o país em uma situação ainda mais complicada. Momentos de crise, como este que estamos vivendo, exigem o discernimento dos governantes para buscar soluções. Não é hora de destilarmos mais ódio, jogarmos mais gasolina nessa fogueira que está difícil de apagar, colocando em risco nosso maior patrimônio”, escreveu.
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No texto, Arns fez uma crítica velada ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), que acusou levianamente ONGs que atuam na Amazônia de serem responsáveis pelos incêndios.
“Se há indícios de crime ambiental, é óbvio que devemos investigar. E temos meios para isso. Mas precisamos agir com responsabilidade, com base em fatos. Temos que pensar com a cabeça e não com o fígado. É isso que a sociedade espera de nós, dos governantes”.
Curiosamente, o senador precisou subir o tom justamente para pedir que a temperança impere.
“O debate ambiental no Brasil está seguindo pelo caminho errado. O discurso tem que mudar. O meio ambiente tem que nos unir e não nos separar. Temos que ter responsabilidade e consciência de que nossas palavras estimulam atos. E atos têm consequências. O equilíbrio é importante em qualquer situação”.
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