Em reunião realizada na manhã desta segunda-feira (27), deputados federais do Paraná e o governador Ratinho Junior (PSD) debateram os impactos que as privatizações e fechamento de unidades da Petrobras no Paraná trarão ao estado. A estatal está trabalhando na venda da refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) e no fechamento da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados (Ansa), subsidiária da Petrobras, ambas em Araucária. O encerramento das atividades da unidade de fertilizantes já gerou a demissão de 396 funcionários.
Para tentar minimizar os impactos que essas ações trarão ao estado, o governador Ratinho Junior e representantes da bancada federal vão se reunir, na quinta-feira (30), com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. O encontro vai acontecer na sede da estatal, no Rio de Janeiro.
Aliado de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro e defensor da ideia da privatização de empresas públicas, Ratinho Junior mede as palavras para revelar o objetivo do encontro com o presidente da Petrobrás.
“Entendemos que privatizar é algo do mercado, mas vamos buscar o maior número de informação possível para que a população não seja prejudicada. O Governo do Estado está em busca de uma alternativa”, afirmou o governador.
Menos comprometido com a agenda do governo, o deputado federal Toninho Wandscheer (Pros), coordenador da bancada do Paraná, diz que o fechamento da Ansa e a privatização da Repar são um problema para o Paraná. Segundo ele, a ideia da reunião é sensibilizar o presidente da Petrobrás a respeito dos prejuízos que as medidas trarão ao estado.
“Não se pode tratar o Paraná como se fosse um ente fora do Brasil. Não podemos prejudicar o estado para beneficiar a Petrobras”, argumenta o deputado.
O motivo para o fechamento da fábrica de fertilizantes, segundo a Petrobras, é econômico. De acordo com dados da estatal, de janeiro a setembro do ano passado, o prejuízo foi de quase R$ 250 milhões. As previsões apontavam para um resultado negativo superior a R$ 400 milhões em 2019.
Os maiores impactos serão sentidos em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. De acordo com o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep), a cidade deixará de receber anualmente R$ 75 milhões com impostos e a perda de renda dos cerca de mil funcionários diretos e terceirizados que serão demitidos. Já o estado do Paraná, que arrecada ICMS com a fábrica, pode deixar de recolher R$ 50 milhões por ano.
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