A Construtora Triunfo, ligada à Econorte, que segundo as investigações do Ministério Público Federal é uma das empresas envolvidas no suposto desvio de pelo menos R$ 63 milhões das concessões de pedágio do Paraná, é doadora frequente paras as campanhas eleitorais no estado. Na lista de beneficiados pelas doações da empresa desde 2008 estão Beto Richa (PSDB), Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB). Nos últimos dez anos foram doados R$ 2,5 milhões.
Quem mais recebeu dinheiro da construtora foi Gleisi Hoffmann. A senadora recebeu R$ 1,5 milhão em 2014, quando disputou o governo do estado. Já Beto Richa recebeu R$ 320 mil da construtora, sendo R$ 300 mil quando disputou a prefeitura, em 2008 e R$ 20 mil, na disputa estadual de 2014. Além disso, em 2010, a construtora doou R$ 500 mil ao PSDB do Paraná. A informação está em um relatório apresentado pelo MPF em 2014, quando começaram as investigações dos contratos de pedágio no Paraná.
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Já o senador Roberto Requião recebeu R$ 50 mil da construtora em 2014, quando também disputou o governo do Paraná.
Em 2014, a empresa também doou R$ 50 mil para a campanha do deputado estadual Rasca Rodrigues (PV). O mesmo valor foi doado para Omar Sabbag Filho, que disputou uma cadeira na Assembleia Legislativa.
Doações foram criticadas pelo MPF em 2014
Diogo Castor de Mattos, procurador da República que integra a força-tarefa da Lava Jato já havia participado de um outro grupo de procuradores que tinha como objetivo investigar a concessão das rodovias do Paraná. O relatório dessas investigações foi publicado pelo MPF em 2014. O documento – que identificou 13 atos secretos em contratos de pedágio no Paraná – já apontava irregularidades na concessão feita à Econorte. Os procuradores concluíram que o trecho concedido à empresa foi ampliado à revelia da União. Portanto a operação teria sido feita de forma “manifestamente ilegal”.
No documento, a Procuradoria da República no Paraná destacou as doações feitas por diversas empresas e pessoas físicas ligadas às concessionárias de pedágio.
“Em que pese a proibição legal de partido político ou candidato receber direta ou indiretamente doações de concessionário de serviço público, as diligências empreendidas constataram que foram feitas contribuições eleitorais de vultuosas quantias por empresas ou pessoas físicas ligadas diretamente às concessionárias de pedágio”, registraram os procuradores.
Sobre o governo Richa, então em primeiro mandato, os procuradores concluíram que “o atual governo estadual contou com a colaboração de algumas das concessionárias para financiamento de campanha eleitoral, o que pode explicar, em parte, a benevolência estatal”.
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