A carreira política do deputado federal Luciano Ducci (PSB) sempre aconteceu na sombra do ex-governador Beto Richa (PSDB). Agora que Richa já não faz mais sombra, o perfil político de Ducci tem mudado.
Apesar de filiado ao PSB, Ducci sempre teve jeito de tucano. Isso porque, no Paraná, o PSB sempre foi uma espécie de satélite do PSDB. Mesmo quando Ducci deixou de ser vice para ser o candidato à prefeitura de Curitiba, em 2012, a campanha lembrava a de um candidato tucano: das cores às pautas, tudo parecia ser feito de modo a evidenciar a ligação entre o candidato e o então governador Beto Richa.
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Em 2019, após a hecatombe que assolou o PSDB no Paraná, Ducci parece ser outro político. Está muito mais alinhado às posições nacionais do PSB, ou seja, progressista e de oposição ao governo de Jair Bolsonaro.
Uma evidência dessa mudança é o protagonismo que ele tem tido na discussão da regulamentação do uso medicinal da maconha. Relator de um projeto que aborda o tema na Câmara dos deputados, Ducci tem se posicionado de modo muito distinto do que se esperaria de um herdeiro político de Beto Richa que busca se manter alinhado ao antigo mentor.
“A discussão do uso medicinal da cannabis não tem nenhuma relação com a discussão de combate às drogas. Isso de dizer que é uma porta de entrada para outras drogas é conversa furada. Essa história de que o uso medicamentoso da cannabis é porta de entrada para outras drogas é igual à discussão de que a terra é plana ou de que o rock é a causa do aborto. Entra no mesmo pacote, que tem uma forte questão ideológica por trás”, afirmou Ducci em uma entrevista recente à Gazeta do Povo.
É com esse discurso mais progressista, desvinculado da tradição richista e ligado às pautas e posicionamentos nacionais do PSB, que Ducci pretende disputar a prefeitura de Curitiba em 2020.
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