Esta é a primeira vez que o Partido Novo disputa as eleições gerais, portanto a primeira vez que, no Paraná, a legenda busca alguma representatividade. Além da novidade, é interessante olhar para as estratégias políticas do partido para ver quais caminhos seguem os políticos que têm pautado sua campanha no discurso da renovação e da mudança de métodos para financiamento de campanhas e recrutamento de candidatos.
No Paraná, uma das principais diferenças do Novo em relação aos outros 34 partidos é que a legenda é a única a não ter entrado na disputa pelo Palácio Iguaçu nem se aliado a nenhum dos dez candidatos ao governo do estado.
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Segundo o presidente do partido no Paraná, Ubiratan Guimarães, a legenda até que tentou apresentar um nome para a disputa, mas não conseguiu.
“O problema é que a gente precisaria ter, além de um candidato muito bem alinhado com o Novo, alguém que tivesse disponibilidade e coragem suficientes para enfrentar todos os confrontos que aparecem na vida política. Deveria ser alguém resolvido profissionalmente e muito bem estruturado na questão familiar para entrar numa empreitada dessas”, avalia Guimarães.
Segundo ele, o partido chegou a conversar com cinco possíveis candidatos, mas não fechou com nenhum nome. Guimarães relatou que a pessoa com quem a conversa mais avançou acabou desistindo da disputa por questões familiares – caso similar ao que aconteceu com Bernardinho. Enquanto o ex-técnico da seleção brasileira de vôlei, que é filiado ao Novo, cogitava disputar o governo do Rio de Janeiro, sua esposa a ex-jogadora Fernando Venturini, deu uma entrevista à Revista Época em que afirmou que se ele fosse candidato ela deixaria o estado junto com as filhas.
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Como não lançou candidato ao governo, o Novo não apresentou chapa de deputados estaduais. Segundo Ubiratan Guimarães, essa decisão segue o que foi definido pela Executiva Nacional do partido, que determinou que só seriam lançados candidatos a deputado estadual nos estados onde houvesse alguém do Novo disputando o governo.
Portanto, no Paraná, o partido lançou apenas candidatos a deputado federal. Pela base de dados do TSE, 16 candidatos disputam uma cadeira na Câmara Federal pela legenda. O número é bem abaixo do teto de 45 candidatos por partido permitido pelo TSE.
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Com essa lista enxuta de candidatos, fica mais difícil para o Novo eleger um deputado federal. Isso porque para que algum dos 16 candidatos seja eleito, o partido precisará atingir o quociente eleitoral, que deve ficar perto dos 180 mil votos. Com menos candidatos na chapa, cada um deverá ter uma votação maior para chegar a esse valor.
Financiamento
Outro fator relevante de ser observado nas campanhas do partido Novo são as estratégias de financiamento. Como o partido abriu mão dos fundos partidário e eleitoral, deverá buscar alternativas de financiamento.
O aporte de recursos do partido aos candidatos é limitado às receitas oriundas das contribuições pagas pelos filiados. Segundo Ubiratan Guimarães, com esse dinheiro a legenda paga treinamentos aos filiados em temas como legislação eleitoral e comunicação.
Indiara Barbosa, uma das candidatas do Novo, diz que a principal estratégia de captação de recursos é a doação de apoiadores. Ela criou uma vaquinha na internet e, na manhã dessa segunda-feira (27), já havia conseguido R$ 8,3 mil, fruto de 44 doações.
Sem candidato ao governo, o partido também perde a capacidade de fazer grandes eventos políticos, que geralmente são puxados pelos candidatos majoritários. Para superar essa dificuldade, Indiara conta que tem investido no corpo a corpo, inclusive batendo na porta dos vizinhos para se apresentar e pedir votos. Outra estratégia, segundo o presidente da legenda, é aproveitar os eventos com João Amoêdo, presidenciável do partido. Recentemente ele veio ao Paraná e realizou eventos em Curitiba, Foz do Iguaçu e Cascavel.
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