Nos últimos dias do ano legislativo, o senador Oriovisto Guimarães (Podemos) dedicou tempo e energia a fazer circular a informação de que dos R$ 2 bilhões que serão destinados ao Fundo Eleitoral em 2020, cerca de R$ 1,8 bilhão será proveniente da venda de títulos do Tesouro. Em outras palavras, o governo não tem dinheiro para pagar a totalidade do Fundo e, por isso, vai tomar esse dinheiro emprestado, aumentando o valor da dívida interna.
O valor que o governo tomará emprestado equivale a 87% do total previsto para o Fundo. Os R$ 269 milhões restantes serão oriundos de fonte de recursos ordinários, ou seja, arrecadação de impostos.
“Como o governo não tem o dinheiro para pagar o fundo, querem votar já uma autorização para que o governo brasileiro emita títulos – ou seja, aumente ainda mais a dívida interna – para dar dinheiro para campanha. É o máximo da irresponsabilidade. Se não tem dinheiro, meu Deus do céu, simplesmente não dê. Para que esse dinheiro? É uma vergonha, um absurdo”, afirmou o senador.
A previsão de empréstimo foi identificada por Oriovisto em um documento que detalha as alterações na proposta de orçamento da União que foram feitas pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional.