Alvo de operação da Polícia Federal que investiga desvios na CPI dos Fundos de Pensão, o deputado federal Sergio Souza (MDB) começou sua carreira política como suplente da então senadora Gleisi Hoffmann (PT). Quando ela foi escolhida para o cargo de ministra da Casa Civil, em 2011, ele assumiu o mandato e estreou em cargos eletivos já como senador da República. Souza foi indicado para a suplência pelo ex-governador do Paraná Orlando Pessuti (MDB), de quem foi assessor por 12 anos.
Após a passagem pelo Senado, ele foi candidato ao cargo de deputado federal em 2014 e foi eleito com quase 78 mil votos. Em 2018, foi reeleito com 94 mil votos.
Na Câmara, sua atuação parlamentar se concentra especialmente em dois setores: a defesa dos interesses do agronegócio e projetos na área de infraestrutura.
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Vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Souza é atuante em matérias que envolvem o setor, como a defesa da posse de armas em toda a propriedade rural, questões relativas ao uso de agrotóxicos, crédito rural, entre outros.
O deputado também é atuante em questões de infraestrutura. Recentemente apresentou um projeto que cria um corredor rodoviário que liga São Paulo a Santa Catarina, passando pelo Paraná. A proposta federaliza trechos das PRs 323 e 445. Na Câmara, Souza também foi relator da Medida Provisória 752/16, a chamada MP das Concessões. O texto estabeleceu diretrizes para a reprogramação de investimentos em concessões rodoviárias federais.
Como presidente da Comissão de Tributação e Finanças da Câmara, Souza também tem se dedicado às discussões sobre a extinção da superintendência da Receita Federal em Curitiba. O deputado convocou representantes da Receita para explicarem ao colegiado o plano de reestruturação que mudaria a estrutura para o Rio Grande do Sul.
Operação Carne Fraca
Em 2017, o deputado foi citado na Operação Carne Fraca, que revelou um esquema de propina entre servidores públicos do Ministério da Agricultura e empresas alvos de fiscalização da pasta. Uma delatora da operação relatou ao Ministério Público Federal (MPF) que Sergio Souza recebia R$ 10 mil por mês da JBS, através de Daniel Gonçalves Filho, que por quase dez anos comandou a Superintendência do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Paraná, indicado pela bancada do PMDB. O parlamentar nega as acusações.
Outro lado
Em nota divulgada à imprensa, o deputado federal Sérgio Souza se disse surpreso com a operação realizada contra ele nesta segunda-feira (21), mas afirmou estar tranquilo e "inteiramente à disposição da Justiça". Ele destacou ainda que em decorrência de seu trabalho como relator da CPI dos Fundos de Pensão ocorreram diversas ações da Polícia Federal, foram identificados desvios bilionários dos fundos e propostos os indiciamentos de mais de 300 pessoas físicas e jurídicas.
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