Na segunda-feira (29), após os protestos de servidores públicos do Paraná que relembraram a Batalha do Centro Cívico, ocorrida há quatro anos, e pediram reajuste nos salários do funcionalismo, o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) elogiou a maturidade dos sindicalistas e do governo.
“Nós deixamos muito claro para eles que não somos inimigos, muito pelo contrário: o estado depende do bom desempenho do servidor e o servidor depende do bom desempenho do estado. Nós temos que remar o barco para o mesmo lado”, afirmou em entrevista concedida no Ministério da Economia, em Brasília, onde passou a segunda-feira.
Apesar do tom conciliatório, o governador deixou claro que o estado não está disposto a desrespeitar os limites de gasto com pessoal estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal. Dados consolidados do fim de 2018 mostram que 44,46% da receita líquida do estado está comprometida com o funcionalismo. A relação supera o limite de alerta estabelecido pelo Tribunal de Contas, de 44,10%.
“Eu acredito que a grande maioria dos servidores tem consciência das limitações que o estado tem para ajuste salarial, até porque nós estamos quase no limite prudencial. Isso é o maior ativo que nós temos, se nós passarmos do limite, tudo isso que estamos conversando sobre obras e investimentos, isso se perde, vai por água a abaixo”, disse Ratinho Junior.
O respeito ao limite de gastos com pessoal é um ponto fundamental para que as contas do estado sejam vistas como sólidas e o governo consiga empréstimos e financiamentos a taxas razoáveis. Como os investimentos do estado são movidos em boa parte por esse tipo de operação de crédito, perder esses recursos complicaria os planos de investimento do governo.
Mesmo com o discurso indicando não haver espaço para o pagamento de reajuste aos servidores, Ratinho afirmou que governo está aberto a negociações.
“Nós vamos montar um grupo de trabalho. Acho que os servidores têm muito a colaborar com o estado e nós vamos tentar ao máximo colaborar para que eles possam ter sempre a garantia de que vão estar recebendo a remuneração e podendo até melhorar isso conforme a saúde financeira do estado”, afirmou.
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