O PSL, partido do presidenciável Jair Bolsonaro, lançou inicialmente a candidatura de Ogier Buchi ao governo do Paraná. No último dia do prazo para o registro de candidatura, entretanto, Bolsonaro anunciou apoio a Ratinho Junior (PSD) na disputa ao Palácio Iguaçu e o partido não registrou a candidatura de Ogier Buchi – que acabou solicitando o registro de modo individual.
O movimento gerou duas questões principais: por que Bolsonaro apoiaria Ratinho tendo uma candidatura própria no estado e o que ele ganharia com isso se Ratinho já tinha anunciado seu apoio a Alvaro Dias (Podemos).
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Só teremos respostas convincentes para essas perguntas se olharmos para o segundo turno, que é quando Ratinho e Bolsonaro pretendem colher os frutos desse acordo.
Comecemos por Ratinho. Por que mesmo depois de ter recebido o apoio de Bolsonaro, o candidato defendeu a candidatura de Alvaro Dias? Porque ele sabe que Alvaro tem poucas chances de ir ao segundo turno, portanto seu compromisso com o conterrâneo, justificado por um discurso de valorização do estado, termina na metade da corrida eleitoral. Por mais que Ratinho acredite na hipótese de vencer a eleição no primeiro turno, ele sabe que existe a possibilidade de isso não acontecer. Nesse caso, ter Bolsonaro como aliado pode ser decisivo para que ele consiga se eleger.
A mesma lógica explica o fato de Bolsonaro ter declarado apoio a Ratinho mesmo sem reciprocidade. O presidenciável confia em sua ida ao segundo turno, portanto prescinde do apoio de Ratinho até lá. Já no segundo turno, ter um cabo eleitoral no Paraná – que a essa altura poderá até ser o governador eleito – é importante para Bolsonaro. E nesse ponto Ratinho cai como uma luva.
Mas no meio desses interesses, por que rifar a candidatura de Ogier Buchi? A explicação possível parece ser sua proximidade com Ricardo Barros. Se a campanha do PSL no estado ficasse mais perto de Cida que de Ratinho, o plano de Bolsonaro não estaria tão azeitado.
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