![Requião pode ajudar a campanha de Richa – e o tucano sabe disso Ex-governador Beto Richa (PSDB) (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)](https://media.gazetadopovo.com.br/vozes/2018/05/23-73126320.jpg)
Na entrevista que concedeu aos repórteres Euclides Lucas Garcia e Rogério Galindo, da Gazeta do Povo, o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) fez questão de deixar claro que tem um inimigo: Roberto Requião (PMDB). Beto concentrou esforços na comparação dos dois governos e ao fim da entrevista assumiu um tom incomum ao desafiar Requião para um debate. Após a entrevista, em sua conta no Twitter, insistiu na querela.
Alimentar essa briga é importante para a campanha Richa ao Senado e ele, candidato habilidoso – com muito mais vitórias que derrotas em sua carreira –, sabe disso.
Elegendo Requião como principal alvo de seus ataques, Richa mantém seu discurso no campo da política. Isso é importante em um momento em que pesam acusações de corrupção contra o governo do tucano porque dá ares de normalidade à incomum situação que o ex-governador enfrenta: consolidar sua candidatura ao mesmo tempo em que há duas ruidosas investigações escrutinado atos de seu mandato. Na Lava Jato, o juiz Sergio Moro determinou que se investigue um possível favorecimento à Odebrecht na licitação da PR-323 e na Quadro Negro são investigados desvios de recursos em obras de escolas estaduais. Segundo Eduardo Lopes de Souza, delator da operação, esse dinheiro abasteceu o caixa da campanha de reeleição de Richa ao governo, 2014.
Por mais que essas investigações sejam o principal motivo dos ataques a Richa, ele sabe que no campo retórico pouco pode ser feito para combater a Lava Jato e Quadro e Negro. Como bem ilustra o exemplo petista, eleger a Justiça como alvo preferencial tem limitações práticas, já que as ações judiciais não se restringem ao campo retórico.
Insistindo na disputa com Requião, Beto ainda se alia a uma das maiores e mais aguerridas tradições políticas do estado: o antirrequianismo, cuja popularidade só rivaliza, quem sabe, com o próprio requianismo. A briga dá ao tucano um lado claro, identificável independentemente da forma como partidos se organizem.
Em período eleitoral, um inimigo bem escolhido é um grande aliado.
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