Deputado federal Ricardo Barros (PP-PR)| Foto: Luís Macedo/Câmara dos Deputados

O discurso da nova política não seduziu o deputado federal Ricardo Barros (PP). Desde que assumiu o novo mandato na Câmara e não conseguiu se aproximar do governo, o parlamentar tem dedicado boa parte de suas entrevistas e discursos à defesa da atividade parlamentar. O que a maioria dos deputados só fala no cafezinho do plenário, com receio de perder votos, Barros fala em público. Em uma entrevista concedida na segunda-feira (3) ao jornalista Marc Sousa, da Rádio Jovem Pan Curitiba, ele defendeu aguerridamente os métodos da política tradicional.

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Barros, cujo slogan de campanha costuma ser “política de resultado”, defendeu que o que entrega medidas que de fato fazem o país avançar é maioria no Congresso Nacional. Por isso ele diz que o Centrão – grupo político do qual seu partido faz parte e que virou inimigo público número um – não é o problema da política nacional, mas sim a solução, porque é capaz de compor maiorias. Sobre o governo, diz haver muita polêmica e confusão para pouco resultado.

O deputado relatou que chegou a procurar o ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, para ajudá-lo na tramitação de seu pacote anticrime. Barros disse ao ex-juiz da Lava Jato que teria condições de articular um texto acordado com os parlamentares que tramitaria sem tanta resistência no Legislativo. “Minha especialidade é formar maioria para votações”. Moro, entretanto, optou por manter seu próprio texto, que desde que foi encaminhado à Câmara avançou pouco.

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Barros também não economizou críticas ao Ministério Público e ao judiciário e disparou diversas vezes contra esses poderes:

“O Ministério Público está irascível. Questiona até o que sabe que está certo”.

“Parece que eles estão destruindo os políticos para ocupar o lugar dos políticos”.

“O Ministério Público não pode ficar jogando reputações no lixo”.

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Para o parlamentar, esse movimento do Judiciário acompanhado do discurso antipolítico do bolsonarismo são danosos ao presidencialismo de coalizão.

“É a lava jato de um lado demonizando a política e o Bolsonaro do outro. Falando que o problema do Brasil são os políticos, que não se governa sem conchavos. Ele fala e desfala”, avaliou.

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