A pressão que o ex-governador Beto Richa (PSDB) tem feito sobre seu grupo político para garantir a eleição de seu filho Marcello Richa (PSDB) ao cargo de deputado estadual tem incomodado muitos candidatos ligados ao ex-governador. Segundo aliados que também pretendem disputar uma vaga na Assembleia Legislativa, Richa está “jogando pesado”, ao estilo que lembra o do também ex-governador Roberto Requião.
Na prática, os outros pré-candidatos se queixam de falta de espaço para atuar politicamente. Essa situação acontece especialmente na prefeitura de Curitiba, onde Marcello Richa comandou a Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude até o dia 6 de abril.
Enquanto esteve no secretariado, Marcello gozou de privilégios. Mesmo em um ano de ajuste fiscal e congelamento do salário dos servidores, viu os gastos da prefeitura na função orçamentária Desporto e Lazer cresceram 28%. Além disso, a SMELJ aumentou seu gasto com pessoal em 12%: em 2016, foram R$ 3,8 milhões, já em 2017, R$ 4,3 milhões. Isso aconteceu porque em 2016, a secretaria tinha cerca de 13 cargos comissionados, em fevereiro de 2018 havia 23 nomeados em cargos de comissão da pasta.
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Neste período pré-eleitoral, o que costuma acontecer para uso político das estruturas públicas é uma espécie de loteamento das áreas de atuação da prefeitura. Os candidatos mais ligados à saúde, por exemplo, atuam nessa secretaria; os vinculados à cultura ocupam espaços na Fundação Cultural. Neste ano, entretanto, muitos setores estão de portas fechadas para os candidatos porque estão comprometidos com a eleição do herdeiro político da família Richa.
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