Na semana em que a reforma da Previdência será votada na Câmara dos Deputados, o governo publicou uma edição extra do Diário Oficial liberando o pagamento de cerca de R$ 1 bilhão em emendas parlamentares na área da saúde. Desse total, R$ 56 milhões foram destinados a municípios do Paraná.
Oficialmente, o Ministério da Saúde nega haver relação entre a liberação dos recursos de emendas parlamentares e a votação da reforma da Previdência. A alegação é de que as portarias publicadas atendem às demandas de gestores locais, coletadas durante o Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, que aconteceu entre os dias 2 e 5 julho, em Brasília.
No Congresso, entretanto, os deputados tratam com naturalidade a relação entre as liberações e a discussão sobre a reforma. Para Toninho Wandscheer (Pros), coordenador da bancada do Paraná, esse tipo de articulação é comum na política e traz resultados importantes para os municípios porque os deputados conhecem bem as necessidades das regiões onde atuam.
“Esses recursos, que já iriam para o estado, vão agora nesse momento ajudar no processo para apoiar os deputados que votarem pela Previdência. Isso é normal dentro da política. O dinheiro vai para o Paraná e vai acabar sendo apadrinhado pelos deputados”, afirmou.
O dinheiro liberado para o Paraná não veio de emendas individuais, mas de duas alterações feitas no Orçamento pela Comissão de Seguridade Social e Família. Uma das emendas visa a fortalecer o custeio de procedimento de média e alta complexidade na saúde e a outra tem como foco a atenção básica.
Ao todo, 114 cidades serão beneficiadas com os recursos liberados na segunda-feira (8). Curitiba é o município que vai receber a maior parte do dinheiro, pouco mais de R$ 17 milhões.
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