O ex-secretário da Fazenda do Paraná, Mauro Ricardo Costa, costumava dizer que o Paraná tem “ilhas de prosperidade em um continente de dificuldades”. Na justificativa do veto ao reajuste salarial dos servidores do Ministério Público, dos tribunais de Justiça e de Contas, da Assembleia Legislativa e da Defensoria Pública, a governadora Cida Borghetti (PP) apresentou dados que referendam a tese de Mauro Ricardo.
De acordo com os números publicados no Diário Oficial, enquanto a média salarial dos servidores efetivos do Executivo é de R$ 5,3 mil; no Tribunal de Contas esse valor chega a R$ 22,6 mil. A diferença acontece também nos outros órgãos, ainda que em uma proporção menor.
“Veja-se que, em que pese o Poder Executivo possuir 94% da quantidade de servidores do Estado, a folha mensal representa apenas 86,5% do percentual total da folha de servidores ativos. Este dado evidencia que há desequilíbrio entre as remunerações percebidas pelos Poderes, na medida que, se houvesse maior isonomia entre os salários, o percentual da folha mensal do Executivo seria semelhante ao percentual da quantidade de servidores que possui, o que não ocorre”, argumenta a governadora em seu veto.
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Segundo o governo, essa situação “ocorre por diversos motivos, dentre eles o fato de que os salários de ingresso nas carreiras dos Poderes são superiores ao do Poder Executivo de uma forma geral, bem como respectivas carreiras possuem planos de cargos e salários mais prestigiados”.
Apesar de a média salarial dos servidores do Executivo ser a mais baixa na comparação com outros poderes, é este grupo que consome a maior parte do orçamento de pessoal de todo o estado. O motivo é óbvio. Enquanto os outros poderes têm, somados, 9,6 mil servidores efetivos, o Executivo tem 147 mil.
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