Como líder do Podemos no Senado Federal, o senador paranaense Alvaro Dias fez um discurso de orientação da bancada na votação da reforma da Previdência, nesta terça-feira (22). Em sua fala, Alvaro defendeu a aprovação da reforma, mas rechaçou a tese de que ela é a panaceia dos problemas fiscais brasileiros.
“O Podemos encaminha o voto ‘sim’ sem gerar a falsa expectativa de que essa reforma da Previdência possa ser solução para os problemas mais angustiantes deste país”, disse.
Alvaro listou outros momentos que foram apresentados como decisivos para a retomada do crescimento econômico, mas que não geraram resultados.
“Nós já tivemos vários acenos de recuperação econômica, em diversas oportunidades. Nós poderíamos afirmar que o impeachment da presidente Dilma foi um aceno de que o país recuperaria seu crescimento econômico de forma acelerada. Depois, tivemos a reforma trabalhista com um aceno para a recuperação econômica do país. Depois, a PEC do Teto, também explorada no sentido que seria solução para os problemas econômicos, já que possibilitaria a arrumação das contas públicas, deterioradas nos últimos governos. Tivemos, no início deste ano, a geração de extraordinária expectativa em relação às reformas que viriam. A reforma que chega ao final deste ano na sua fase conclusiva é a da Previdência [...] o que sabemos é que essa reforma é insuficiente”, analisou o senador.
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Alvaro, seguiu criticando a reforma, apesar da orientação favorável.
“Não é uma reforma nota dez para o governo; muito menos é para os assalariados, para os trabalhadores, para os aposentados. Para eles, trata-se de uma reforma de sacrifício. Tremendo sacrifício. Certamente com a subtração e direitos que foram alcançados ao longo do tempo. Será uma reforma que vai exigir que o trabalhador trabalhe mais, por mais tempo, pague mais, por mais tempo, se aposente mais tarde, com proventos inferiores àqueles que almejava e merecia”, afirmou.
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Para o senador, apesar dos defeitos, a reforma era inevitável.
“Por que aprovamos? Porque não temos outra alternativa. Chegamos ao fundo do poço. Se não aprovamos essa reforma, viveremos momentos ainda mais difíceis, complexos e angustiantes. Como não temos alternativa mais competente, nos resta essa alternativa, que não é razoável para quem trabalha, mas certamente para o governo torna-se razoável, não suficiente”, justificou.