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Mais um novo ano que começa e com ele novos planos e resoluções. Espero sinceramente que tenhamos um "Feliz Ano Novo", mas também é bom irmos nos preparando: as nuvens escuras que pairam sobre o Brasil ainda estão longe de se dissipar. Por mais que tenhamos de manter a esperança de que dias melhores hão de vir, é bom sabermos, desde já, que não vai ser fácil. Teremos um ano novo intenso pela frente, que exigirá paciência, resiliência e coragem – o que, aliás, já temos exercitado há um bom tempo nas terras brasileiras.
Verdade seja dita, nem todo mundo vai concordar com isso: tem gente que acha que tudo está às mil maravilhas e que não temos com o que nos preocupar. Podem ser os mesmos que acreditam que a democracia "foi salva", que o Judiciário nos protege, que o "amor venceu o ódio", que o Estado Democrático de Direito nunca foi mais efetivo e que é sempre bom que alguém, ou melhor, algo, nos livre dos perigos da liberdade. Ou os que vão aplaudir com lágrimas nos olhos os discursos inflamados dos nossos seres supremos neste 8 de janeiro.
Reaprender a exercer nossa liberdade de expressão, mesmo que seja aos poucos, é o primeiro passo para que possamos entender o quão preciosa ela é. Que em 2025, neste ano, possamos exercer, de fato, nossa liberdade
Mas, se você não faz parte desse grupo que acredita que está tudo bem – e se você tem o direito de fazê-lo, por mais que eu acredite que você esteja bem enganado – eu tenho uma sugestão para a sua lista de resoluções de Ano Novo. Não se preocupe, não é nada excêntrico ou mirabolante; é só um lembrete para algo muito importante, mas que nem sempre prestamos atenção: nossa liberdade.
"Ah, era isso?", você pode ter pensado, mas calma que eu explico. Nestas próximas semanas e dias de 2025, que tal dedicar um tempinho para exercitar sua liberdade de pensamento, de expressão, sua liberdade religiosa? Veja bem, não se trata de sair gritando feito louco impropérios contra quem quer que seja, mas de expressar, de forma civilizada, aquilo que você pensa. Parece fácil, mas não é bem assim: estamos pouco acostumados a exercer a liberdade, e reaprender a exercê-la é um processo, um aprendizado.
Quer um exemplo? Quantas pessoas deixam de expressar o que pensam para não "desagradar" os outros? Quantos aderem ao chamado pensamento woke apenas para seguir o que acreditam ser o pensamento da maioria? Quantos deixam a própria religiosidade trancada em casa, por medo de expor as próprias crenças? Todos têm o direito de expressar o que pensam, o que acreditam, o que defendem – inclusive você.
Infelizmente, estamos perdendo a capacidade de conversar, de debater um assunto. Aprender a expor a própria opinião sem medo – e a ouvir a opinião dos outros – é um exercício que faz muito bem e deveria entrar na lista de resoluções de ano novo de todo mundo. Reaprender a exercer nossa liberdade de expressão, mesmo que seja aos poucos, é o primeiro passo para que possamos entender o quão preciosa ela é. Que em 2025, neste ano, possamos exercer, de fato, nossa liberdade.