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Nomofobia, você já ouviu esta palavra? É o nome dado à sensação de medo ou agonia que a pessoa tem ao se sentir incomunicável por estar sem o aparelho celular ou computador. Sua origem vem de “no mobile phobia” e é um entre vários “Transtornos de Dependência de Internet” (IAD), uma patologia com consequências psíquicas, sociais e físicas e reconhecida como doença pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Mais de 10% da população brasileira possui algum tipo de dependência digital.
Recorri ao nome clínico para contar sobre a minha saga de ficar sem acesso ao meu smartphone esta semana. Na verdade, ele parou de funcionar depois de uma queda (choro). Por causa de uma série de fatores e de mudanças que já queria fazer, demorei cerca de 5 dias para resolver o problema.
Mesmo sem o aparelho, continuei com acesso às chamadas telefônicas, aos meus emails, às redes sociais via notebook e smartwatch (com restrição de publicações em algumas). Neste mundo hiperconectado, nossos compromissos e nossos canais de comunicação e relacionamento estão umbilicalmente ligados a devices. Especificamente “o” device smartphone. Claro que ele pode ser acessado por meio dos sistemas integrados, mas os riscos de crimes cibernéticos nos fazem, com razão, criar mecanismos de confirmação em várias etapas e voltamos sempre para o celular como validador de um monte de coisa.
Também continuei durante quatro, dos cinco dias, com acesso ao WhatsApp Mobile até que ele desconectou e foi aí que o “barraco desabou”.
Foram menos de 24 horas sem WhatsApp, mas horas suficientes para não conseguir me comunicar sobre o local de uma reunião, não receber o comunicado do cancelamento de outra, não dar retorno sobre aquele assunto importante que precisava resolver. A sensação de medo e agonia de me sentir incomunicável - a nomofobia.
É a tecnologia que muda o comportamento ou o comportamento que altera a tecnologia? As plataformas que usamos ao longo do dia moldam a forma como nos relacionamos profissional e pessoalmente e ficamos muito dependentes do que facilita nossa vida. Da escolha do tipo de celular - o hardware - até dos tantos softwares que usamos neles.
Fiquei pensando que já poderíamos ter algo mais prático do que o aparelho celular, centralizando nossos canais de conexão com os aplicativos e plataformas. Inclusive as plataformas de produtividade (minhas anotações de reuniões estão todas no meu bloco de notas).
Há bastante tempo falamos dos wearables (tecnologias vestíveis), mas a popularização ainda está apenas nos relógios e pulseiras inteligentes. Na verdade, o mercado de wearables vem apresentando redução nos últimos anos, ao contrário do que se espera com o aumento da infraestrutura e qualidade de conexões em todo o mundo.
No fim, tudo certo… celular novo em mãos, backup realizado com sucesso e nenhuma perda de informação (obrigada sistemas integrados). Agora, preparar-se para dar conta de responder as dezenas de mensagens não lidas nele, no famigerado e necessário “whats”.
Bora para a próxima síndrome, a FOMO (“fear of missing out”) - mas já falei dela por aqui.