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Jornadas de inovação

Jornadas de inovação

Cris Alessi, consultora de inovação e transformação digital, compartilha visões, ações e confusões para um mundo em movimento.

Empresas de tecnologia

Onde as histórias se encontram: abundância e diversidade

Mulher de fone com seu celular
Startups continuam com o mercado interessado em apoiar o crescimento, em programas de inovação aberta, em incentivos de instituições de aceleração e fomento. (Foto: Rawpixel / Freepik)

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O avanço da tecnologia será capaz de transformar a escassez em abundância. Essa é a base do pensamento de Peter Diamandis, fundador da Singularity University. Essa visão também é capaz de transformar a ansiedade do mundo veloz em oportunidade de conexões potentes.

Não há dúvidas que, quanto mais a tecnologia impacta a sociedade, com mudança de comportamento, com a entrada de novos produtos e serviços, mais há necessidade de uma visão multisetorial para a construção de negócios sólidos para o futuro.

Cada vez mais segmentos de mercado são impactados. Com a entrada de novas demandas, as startups ganham espaço e não só trazem soluções que ajudam a sociedade como todo, mas também levam inovações importantes para empresas nas suas próprias jornadas para a inovação.

Algumas áreas tiveram crescimento importante no último ano como as AItechs, startups de inteligência artificial. Essas empresas empregam soluções ou produtos baseados em máquinas capazes de pensar e aprender.

As edtechs, startups de educação e transformação digital para o ensino, também. Ainda, as logtechs, startups de logística que tentam melhorar um mercado cheio de problemas e “dores” e que ainda tem muito para crescer.

Há, ainda, as martechs, startups de comunicação e marketing com imenso potencial trazido pela quantidade cada vez maior e mais qualificada de dados do consumidor digital (tratar bem estes dados têm trazido excelentes resultados para anunciantes com foco no comportamento do usuário).

Por fim, as fintechs, startups do setor financeiro que continuam firmes e fortes em um mundo cada vez mais bancarizado, com “moeda digital” e “cashless”. Neste segmento vale a pena lembrar do surgimento dos primeiros bancos digitais; a democratização das transações por apps mais completos e com boa usabilidade. Sem falar do PIX, sistema brasileiro de pagamentos instantâneos, referência mundial para transações financeiras.

Sim, o PIX é uma referência mundial e está transformando a maneira como os brasileiros pagam e recebem dinheiro. Representa 15% das transações realizadas em tempo real no mundo. Países como os EUA estão usando nosso sistema como inspiração para o desenvolvimento de solução semelhante no país. Profissionais e empresários de fintechs brasileiras, como o Ebanx e Nubank, têm sido convidados para falar ao redor do mundo sobre as soluções brasileiras que têm democratizado o sistema financeiro que chega a 84% da população. Sem falar nas tendências do Real Digital, previsto para ser lançado em 2024. Isso é inclusão digital, isso diminui a desigualdade.

O problema social está no centro das discussões no mercado brasileiro e mundial. A pauta ESG, na qual os temas sustentabilidade, impacto social e governança se tornaram exigências para a entrada e permanência no mercado. Aqui também as startups têm trazido soluções para o mercado, startups sociais e greentechs.

Mas nem tudo são flores para as empresas de tecnologia. Anteriormente aceleradas com investimentos fartos e disponíveis pelos fundos de investimentos, investidores-anjo e corporativos, viram a torneira fechar não por falta de recurso, mas pela exigência de resultados mais sólidos para os investimentos.

Basta ver o surgimento de unicórnios (startups que chegam ao valor de mercado de U$1 bilhão). Em 2021, o Brasil teve onze novas startups unicórnios; em 2022, foram cinco. No primeiro trimestre de 2023, houve uma queda de 86% no capital investido em novos negócios nacionais, em comparação ao mesmo período de 2022.

E onde as histórias se encontram?

Gestores de fundos continuam com apetite a risco e com volumes interessantes sob sua gestão. Mas buscam por startups mais maduras, com maior grau de governança, com planos de negócio e crescimento mais bem estruturados.

Startups continuam com o mercado interessado em apoiar o crescimento, em programas de inovação aberta, em incentivos de instituições de aceleração e fomento. Mas ainda sofrem com falta de gestão de negócio e de mão-de-obra em tecnologia.

Além de acelerarem seus negócios, é fundamental que esses profissionais se conectem construindo um ecossistema forte, que crie oportunidades e tenha empresas preparadas para se aproveitar delas. Em ambientes pujantes de inovação, as histórias se encontram.

Histórias de startups lideradas por mulheres, que lutam há alguns anos pelas mesmas chances de receber investimento. Como exemplo a Pismo, empresa desenvolvedora de tecnologia bancária e pagamentos, a primeira startup brasileira a virar unicórnio em 2023. A edtech Pontue, fundada por Cris Miura, em maio foi comprada pela FTD Educação - o primeiro exit dos grupos de investidoras WIM e We Impact Network.  Ou a Pet Apertiz, eque aposta na alimentação 100% natural para pets, fundada por Flavia Nardo, vencedora do Rocket da RPC deste ano.

Histórias de startups de impacto social como as 18 selecionadas pelo Programa de aceleração para empreendimentos sociais e ambientais do Instituto Legado, liderado por James Marins, referência no fomento de empreendedorismo de impacto no país.

Histórias do mercado de venture capital como da Honey Island, TM3, E3, Ventiur, Invisto, Moa Ventures, Caravelas Capital, entre outros que crescem e colaboram entre si para gerar além de mais negócios, valor para o ecossistema.

E tantas mais que acompanhamos na abundância de eventos, projetos e programas que temos no nosso dia a dia. No final, acompanhar as jornadas é acompanhar as pessoas.

No final, ainda, são as pessoas que fazem a diferença para os resultados. Cuide bem de quem caminha com você.

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