O Corporate Venture Builder é um caminho para essa expansão em harmonia com o tempo atual| Foto: Bigstock
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Quando se fala em inovação no mundo empresarial, é comum que se pense em startups e empresas de tecnologia, tipos de organizações recentes na História. O senso comum considera que estes negócios seriam os únicos preparados para atender a novas demandas e lançar produtos e soluções inéditas no mercado, enquanto empresas convencionais, bem estabelecidas em sua área de atuação, não seriam listadas como sinônimo de disrupção.

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Justamente por suas décadas de história, são as organizações com mais bagagem e experiência "tradicionais" que podem inovar ao responder aos anseios do mercado. O Corporate Venture Builder (CVB) é um caminho para essa expansão em harmonia com o tempo atual. Geralmente descrito como "empreendedorismo dentro da empresa", o CVB é uma forma de criar novos produtos e serviços que agreguem valor à companhia, em funcionamento paralelo à atividade tradicional da empresa. Isso requer reconhecer as forças internas e conhecimentos que a empresa já detém, somada a uma abertura para reorganizá-los de forma a criar novos negócios.

O Internal Corporate Venturing (ICV) – uso de ativos internos da companhia para abrir um novo flanco de atuação no mercado – é uma maneira relativamente barata de inovação, e será cada vez mais o que empresas de médio porte devem buscar para inovar. Outra vantagem: ICV tem risco e custo menores de estruturação e operação se comparado à aquisição de um novo negócio ou mesmo o aporte em uma empresa nova. Com um bônus: valorizar o que há de melhor na estrutura técnica e humana da companhia.

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Uma spin-off é a organização interna que atuará construindo novos produtos e ideias que possam agregar valor à companhia, e que podem ou não estar relacionados ao negócio principal da empresa. É comum que a spin-off seja exemplificada como um segundo motor, construído paralelamente à atuação da empresa consolidada, chamada de primeiro motor. O motor 1 é o que vai gerar receita e manter as condições para que o motor 2 inove, teste, erre, acerte e, porventura, até substitua o negócio principal.

Ao tomar o caminho do ICV, a Gazeta do Povo provou que uma empresa centenária pode ser um ambiente frutífero de inovação corporativa. A sintonia com o que há de mais atual no mercado faz parte da Gazeta – um exemplo é o fato de que o jornal foi o primeiro quality paper a adotar a postura digital first. Com o ICV, aceleramos esse DNA inovador e passamos a conectar os pontos: o que temos de força e o que podemos estruturar de novo a partir delas.

Atento ao mercado

Em 2019, ao lançar a spin-off Pinó, o grupo deu um passo corajoso nesta direção. A empresa se debruçou sobre os ativos internos, com um olhar fresco ao know how das equipes setorizadas, e de ouvidos atentos às dores do mercado.

Detectamos na trajetória de mais de três décadas do Bom Gourmet um conhecimento profundo do setor de alimentação e gastronomia, e um relacionamento contínuo com o trade, indústrias, mercado e público final. Tínhamos em mãos os ingredientes ideais para criar um novo produto. Identificamos uma dor no setor de restaurantes que nós poderíamos solucionar: a falta de inteligência de mercado para os donos de restaurante.

Assim surgiu o Food Co. O produto foi estruturado para ser um espaço de referência, nutrindo o trade com informações e dados econômicos, conteúdo sobre gestão, pesquisas exclusivas e relatórios com tendências de mercado. A plataforma disponibiliza conteúdo técnico e uma curadoria diária de notícias e estudos de caso, além de oferecer uma análise de dados macroeconômicos nos formatos de texto e áudio semanalmente. Há mentorias quinzenais e eventos mensais, como a Arena Food Co., um evento online com a presença de um grande empresário do setor. A comunidade do Food Co. reúne mais de 13 mil donos de restaurantes e disponibiliza cerca de 40 grupos no WhatsApp exclusivos para os empresários, um espaço de networking e aprendizado, em que podem trocar diariamente suas experiências.

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Mais recente na estrutura da Pinó está a Content Store, agência de criação de conteúdo, ainda em estágio embrionário. A unidade atenderá tanto clientes internos quanto externos, com a expertise do jornal desenvolvida ao longo de 100 anos. Esta é outra maneira inovar com os ativos internos: usar os mesmos conhecimentos para oferecer um novo serviço.

Se o desafio de se manter sólido e atuante em um mercado que muda a cada minuto é se atualizar e lançar mão de ferramentas que os dias atuais nos apresentam, nós topamos o desafio. Estar atento ao que clientes reais e potenciais procuram e não encontram é, provavelmente, o primeiro passo para esse tipo de inovação. É nessa estrada que pretendemos caminhar. Os primeiros resultados mostram que estamos na trilha certa.