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O governo Lula está fornecendo ao país pelo menos um tipo muito claro de segurança: erra em tudo o que faz. Essa é uma certeza que se pode ter, no meio do mar de instabilidade, de dúvidas e de decisões irresponsáveis que marcam esse começo de caminhada. O governo decidiu alguma coisa? Então ninguém precisa ter trabalho pensando a respeito: a decisão, com certeza, foi errada.
A “política externa”, ou a conduta de grêmio estudantil que passa por diplomacia no Brasil atual, é uma demonstração a mais dessa incapacidade estrutural de acertar que faz o Lula-3 estar sendo o que é. Seu último acesso de inépcia é exemplar.
É a terceira vez seguida, em apenas dois meses, que a política externa do Brasil se põe em posição frontalmente contrária a das democracias modernas.
O Brasil recusou-se a assinar um documento, promovido pelas mais sagradas democracias do mundo, no qual se denuncia e reprova a ditadura cada vez mais grosseira da Nicarágua. Era uma escolha fácil – até os governos de esquerda do Chile e da Colômbia, para ficar só na América Latina, assinaram o documento de condenação, por acharem que a Nicarágua passou dos limites em matéria de abjeção. Era também uma oportunidade para o Brasil se alinhar com as democracias de Primeiro Mundo que vivem encantadas com Lula e com o que imaginam ser as suas virtudes de “democrata”. O Itamaraty fez a escolha errada: ficou, na prática, do lado da ditadura.
É a terceira vez seguida, em apenas dois meses, que a política externa do Brasil se põe em posição frontalmente contrária a das democracias modernas, civilizadas e anticarbono do mundo; começa a virar uma opção permanente pelo conflito com a gente “de bem” da comunidade internacional.
Lula sempre foi uma figura de sonho para o político intelectual europeu – o nativo que foi catequisado, e transformado num boneco que só emite sons politicamente corretos.
O Brasil já tinha se recusado a atender um pedido do governo da Alemanha, um dos maiores puxa-sacos internacionais de Lula e do PT, para enviar tanques brasileiros fabricados com tecnologia alemã ao teatro de guerra na Ucrânia. Também permitiu, de forma ostensiva e militante, a entrada de navios de guerra do Irã no porto do Rio de Janeiro. Negou-se, aí, a atender um pedido expresso dos Estados Unidos.
Também violou um preceito básico das democracias mundiais, que consideram o regime iraniano um incentivador ativo do terrorismo internacional e não permitem que mande navios para os seus portos. Para que isso? Para mostrar o que os diplomatas de Lula chamam de “independência”.
Seu recado para o mundo é aquela coisa terceiro mundista de 70 anos atrás, burra, obtusa, com prazo de validade vencido e, mais do que tudo, diretamente contrária aos interesses do Brasil: “Gostamos do Irã, da Palestina, das ditaduras bananeiras, do terrorismo, do subdesenvolvimento. Não gostamos dos países que deram certo”.
Lula sempre foi uma figura de sonho para o político intelectual europeu – o nativo que foi catequisado, como os padres jesuítas fizeram com os índios 500 anos atrás, e transformado num boneco que só emite sons politicamente corretos e serve aos interesses da matriz. Não vai perder o cartaz que lhe deram lá fora, porque não têm ninguém para pôr no seu lugar. Com a sua “política externa” quem sofre é apenas o Brasil.