Raramente, até onde a memória recente registra, os meios de comunicação brasileiros viveram um momento de tanta excitação como vivem agora. O combustível desse nervosismo está, basicamente, na reação geral de muitas redações diante do presente clima político do país: decidiram transformar-se no que imaginam ser o centro da “resistência” ao governo, por considerarem que não é possível haver democracia com a presença de Jair Bolsonaro na presidência da República.
Um oportuno e muito bem ponderado artigo do professor Carlos Alberto Di Franco, que acaba de ser publicado no jornal O Estado de S. Paulo, coloca em dúvida a correção profissional desse jornalismo de denúncia automática e permanente – e, além disso, a eficácia do método que está sendo utilizado para combater o governo.
A força do jornalismo, diz ele, “não está na militância ideológica ou partidária, mas no vigor persuasivo da verdade factual e na integridade de sua opinião”. Ou seja: a imprensa tem de ser livre para investigar e denunciar, mas precisa, antes de tudo, respeitar os fatos e a lógica para persuadir alguém de alguma coisa. Se não fizer isso, além de não estar praticando bom jornalismo, não vai convencer ninguém.
“O jornalismo é o único negócio em que a satisfação do cliente (o consumidor da informação) parece interessar muito pouco”, escreve Di Franco. Na verdade, o que o público está vendo no momento é um jornalismo de convicções, de militância e de desejos, e não um jornalismo de fatos – o mais apropriado para satisfazer a necessidade de informações que o leitor espera de um órgão de imprensa.
A consequência inevitável dessa postura é a progressiva transformação da mídia num produto de baixa utilidade. Como nas seitas religiosas dedicadas a pregar para os convertidos, sua matéria prima é a fé. Satisfaz o “público interno”, mas fica nisso. Não é um bom sinal para a sua sobrevivência.
Parlamentares tentam blindar Congresso das investigações da PF sobre emendas
Trump celebra avanço conservador na Alemanha e prevê mais vitórias; assista ao Sem Rodeios
PPP é aposta de Tarcísio para transformar os rios Tietê e Pinheiros
Gastos do STF superam custos da Família Real britânica, aponta levantamento
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS