Mais uma vez, como já se tornou automático, há um esforço especial na maioria das modalidades da esquerda em apresentar cálculos numéricos sobre o público presente às manifestações de rua contra o governo Lula e o STF – é o mesmo pacote hoje em dia, do tipo “compre um e leve dois”. Insiste-se, em geral, que as contas são fundamentadas em algum tipo de sistema que descrevem como científico. Quando se comparam as cifras divulgadas com as fotografias e os vídeos que registram fisicamente a presença de multidões na rua, esses cálculos parecem funcionar como um redutor de presença.
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Não se sabe, até agora, como esse método funcionaria em protestos de rua convocados pelo PT-PSOL-etc. Seria um redutor ou um ampliador? Infelizmente, é uma dúvida para a qual não há esclarecimento disponível, levando-se em conta que a esquerda, muito simplesmente, não consegue levar quase ninguém à rua. Sua última manifestação de massa, para pedir a “prisão de Bolsonaro” em São Paulo, reuniu 1.347 pessoas, tão pouca gente que foi possível contar uma por uma.
No Brasil de hoje, o homem que é capaz de juntar multidões na rua não pode se candidatar a nada porque a polícia eleitoral do governo declarou que ele é “inelegível”.
O ponto principal de todos esses esforços matemáticos é que eles não servem para nada. Após anos seguidos de manifestações de rua contra o Sistema Lula, os redutores de povo parecem não ter percebido ainda que os seus cálculos não alteram minimamente o mundo das realidades. Basicamente, e por mais científicos que forem, não mudam a única coisa que interessa: o número de pessoas que realmente foi à manifestação.
No último ato contra o STF e pró-Bolsonaro, por exemplo, havia uma multidão na praia de Copacabana, como sempre acontece quando o presidente sai para a praça pública. Era muita gente? Era: não é preciso que nenhuma universidade diga isso, porque dá para ver. Quantos eram? Não tem importância nenhuma. Só teria se houvesse meia dúzia de gatos pingados, como nas manifestações do PT. Como aconteceu o contrário, fica inútil fazer essas contas todas.
O que não muda são os dois fatos essenciais que a presença dessas massas na rua reafirma de maneira indiscutível. O primeiro é que o ex-presidente é o político brasileiro que mais consegue, realmente, reunir o povo ao seu redor hoje em dia. O segundo é que o atual presidente da República vive uma situação dramaticamente oposta: não pode sair na rua nunca, para lugar nenhum, porque tem medo-pânico de ouvir o que grande parte do povo tem a dizer a seu respeito.
Todas as suas aparições em público são em auditórios fechados e dedicados exclusivamente a quem vai bater palmas para ele. Um dia talvez alguém faça outro tipo de conta – e verifique que há em torno de Lula mais seguranças armados do que povo. Resulta disso uma situação realmente prodigiosa. No Brasil de hoje, o homem que é capaz de juntar multidões na rua não pode se candidatar a nada porque a polícia eleitoral do governo declarou que ele é “inelegível”. O homem que está na presidência por causa do STF, como disse em público um dos próprios ministros, vive escondido, nos seus palácios, carros blindados e jatos privativos.
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