O Brasil não tem nenhum problema de verdade com a Amazônia, o Pantanal e o restante das regiões de vegetação nativa que cobrem uma extensão tão grande do território nacional. É o exato contrário. Os agricultores brasileiros podem dar lições ao resto do mundo em matéria de preservação do ambiente em que trabalham e produzem.
O Exército Brasileiro é um exemplo de competência, eficácia e empenho na defesa da floresta amazônica – sem ele, a região já teria virado há muito tempo um amontoado de enclaves tão sem lei como as favelas do Rio de Janeiro – entregues ao tráfico de drogas, à mineração clandestina, ao corte ilegal de madeira e outras desgraças. Todo cidadão que já saiu um dia do seu asfalto natal sabe que as leis brasileiras estão entre as mais rigorosas do mundo no controle das alterações que afetam a natureza.
O que o Brasil tem – mas, aí, tem que não acaba mais – é um problema na sua imagem internacional em matéria de ecologia. O nome deste problema é Jair Bolsonaro.
O problema não é que o presidente viva tocando fogo na Amazônia ou no Pantanal, caçando onça ou garimpando diamante – nunca fez nada disso, nem deixa fazer, mas é Bolsonaro, e sendo quem é, sempre servirá de judas de sábado de aleluia para a militância ambientalista do mundo inteiro. Pode passar o resto da vida plantando uma árvore por dia; não vai adiantar nada.
As ONGs, os partidos verdes, as universidades de país rico, a mídia internacional, etc, etc, querem usar Bolsonaro como uma bandeira para as suas causas, ou para defesa dos seus interesses. Não vão mudar de ideia só por estarem dizendo uma mentira. Na verdade, acharam no presidente do Brasil uma figura ideal, que junta a sua fome com a sua vontade de comer.
Querem guerrear contra Bolsonaro porque ele é de direita – e aí clamam pelo santo nome das florestas para turbinar a sua ação política. Querem manter viva a pregação ecológica, com boas ou más intenções – e aí se servem da imagem direitista do presidente para construir uma espécie de Coringa pró-destruição do planeta. Sempre é uma mão-na-roda ter um satanás para promover o evangelho.
Não há milagre capaz de resolver este tipo de situação. Mas sempre existe o recurso de combater a mentira com a divulgação sistemática da verdade. Basta, para isso, agir com inteligência, profissionalismo e perseverança – além de trabalho duro, é claro. Não vai convencer quem não quer ser convencido. Mas com certeza ajudará a mostrar a realidade para milhões de pessoas, em todo o mundo, que estão dispostas a ouvir a razão.
O problema é que não passa pela cabeça do governo brasileiro fazer nada remotamente parecido com esse esforço. A atitude oficial é sair para a briga de rua, xingar a mãe e gritar pátria amada Brasil. Resumo da ópera: vai continuar como está, com viés de piora.
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