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J.R. Guzzo

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Capital político

O que realmente importa saber sobre a viagem de Bolsonaro ao Nordeste

Presidente Jair Bolsonaro, cumprimenta populares no Aeroporto Internacional Serra da Capivara de São Raimundo Nonato, no Piauí.
Presidente Jair Bolsonaro, cumprimenta populares no Aeroporto Internacional Serra da Capivara de São Raimundo Nonato, no Piauí. (Foto: Alan Santos /PR)

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O público brasileiro, pelo noticiário que lhe foi servido nos meios de comunicação, ficou sabendo que o presidente Jair Bolsonaro foi ao interior do Piauí e da Bahia, na primeira viagem que fez após ter se recuperado da Covid, onde realizou uma série de atividades – ou, mais exatamente, foi acusado de praticar os seguintes atos:

  1. Causou aglomeração de gente com a sua presença em praça pública, onde compareceu para inaugurar novos serviços de fornecimento de água — que ficam, justamente, em praça pública e, em consequência disso, não podiam ser inaugurados num espaço fechado.
  2.  Retirou a máscara na hora de falar ao público de cima de um palanque, presumivelmente para que as pessoas pudessem entender o que estava dizendo.
  3.  Montou num cavalo e acenou para os “apoiadores”, como se diz hoje, que estavam presentes. Neste caso, não houve nenhuma denúncia específica, contra ele ou contra o cavalo, de que um dos dois estivesse ameaçando a saúde pública; o gesto foi apenas incluído no pacote geral.

Tudo isso pode ser interessante, mas nada foi publicado sobre a questão que realmente vem ao caso: como está neste momento a cotação política de Bolsonaro no Nordeste, onde os institutos de pesquisa acham que fica o seu ponto eleitoralmente mais fraco — e, ao contrário, o ponto mais forte do ex-presidente Lula e da “oposição”? Na verdade, pode ser a questão mais relevante no momento no território eleitoral.

Bolsonaro tem ido repetidamente ao Nordeste e, pelas imagens disponíveis, vem sendo recebido por muita gente e com aplausos. Os R$ 600 do auxílio de emergência em função da Covid, como indicam as realidades da vida política na região, podem estar tendo um efeito pró-governo; estão tendo mesmo? E se estiverem, qual é a sua potência? Equivalente à que o Bolsa Família teve para Lula? Mais, por que se trata de muito mais dinheiro? Menos?

Outra coisa: as visitas constantes da ministra Damares Alves ao Nordeste , onde ela cumpre regularmente o circuito evangélico-gente-pobre-mães de família, está influindo na posição eleitoral do presidente? Quem está mais presente na região: Bolsonaro e o governo ou o consórcio Fernando Haddad—Luciano Huck—Arminio Fraga—Sergio Moro—Rodrigo Maia—PT—empreiteiros de obras públicas—banqueiros progressistas—sociólogos—artistas de novela—etc. que forma hoje a oposição no Brasil? Não estaria na hora de aparecerem alguns números a respeito disso tudo? Não dá para saber.

Em compensação, o brasileiro será abastecido com o máximo de informação sobre as aglomerações que Bolsonaro está provocando no Nordeste.

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