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O presidente Jair Bolsonaro continua apanhando cada vez mais da mídia, e de quem a mídia procura para opinar sobre o governo – políticos de oposição, intelectuais, sociólogos, artistas de novela e mais um caminhão de gente. A cada vez que se toca no assunto, na verdade, dá para dizer que o homem nunca foi tão atacado – vive quebrando recordes de indignação, em quase tudo o que faz ou fala, e seus adversários anunciam a cada dia que ele chegou ao fundo do poço.
Porque, então, o presidente continua mais ou menos com o mesmo tamanho que tinha no começo do seu governo, em termos de apoio popular? É o que revelam as pesquisas; naturalmente, todo mundo é livre para acreditar ou não no que dizem.
Quer dizer que tudo o que Bolsonaro fez desde que assumiu a presidência não influiu no julgamento que os seus eleitores têm dele? Parece que não. Uma das razões dessa indiferença diante da pancadaria que o presidente recebe todos os dias pode estar no fato de que a maior parte dos brasileiros continua a não prestar muita atenção naquilo que lê, vê ou ouve nos meios de comunicação – se é que lê, vê ou ouve muita coisa. Não prestaram atenção nenhuma em 2018, ou do contrário ele não teria ganho as eleições; pelo jeito, as coisas continuam iguais.
O outro motivo de sua resistência está num fato mais ou menos simples: a maior parte dos eleitores que puseram Bolsonaro na presidência não acha, na verdade, que as críticas e acusações que ele recebe mostram alguma coisa realmente errada na sua conduta e nas ações do seu governo. É como se dissessem a si mesmos, quando ouvem os ataques: e daí? O que há de mal nisso? Mais: aprovam o presidente justamente por fazer aquilo que tanto escândalo causa nos seus adversários.
O fato é que Bolsonaro continua basicamente sendo reprovado, ou odiado, por quem já não votou nele em 2018. Ou seja: quem não gostava continua não gostando. As realidades parecem indicar que todos os que não querem ver Bolsonaro reeleito em 2022 – e nem que ele fique no cargo até lá, de preferência – talvez devessem pensar numa mudança no tipo de ataques que fazem. Esses que têm feito até agora não estão sendo eficazes para tirar do presidente o grosso do apoio que ele tem. É um motor em ponto morto.