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J.R. Guzzo

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Economia

Dólar só ficará estável se governo de Lula renunciar ao terrorismo econômico

Governo tem pouca margem de manobra para novos investimentos
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad em São Paulo, após cirurgia do presidente (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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Poucas coisas mostram tão bem a escuridão em que navega o governo Lula quanto a sua reação histérica diante da subida do dólar – em menos de um ano, foi de R$ 4,90 para os R$ 6,20 de agora. O mais enraivecido com a disparada do dólar é o próprio Lula. Seu ministro da Fazenda, na ânsia perpétua de concordar com ele, também se juntou à gritaria. Os extremistas de esquerda que ocupam a maior parte do ministério, então, caíram em transe. Mais um pouco e vão entrar no STF com uma ação para declarar como inconstitucional a subida do dólar, e pedir o indiciamento dos culpados nos inquéritos penais do ministro Moraes.

O afundamento do real é um dos certificados mais indiscutíveis da incompetência de Lula e seu governo na gestão da economia. É o tipo de realidade que ficou óbvia já na fase da “equipe de transição” (com 900 pessoas, inclusive uma “chefe de cozinha”) que, segundo a propaganda oficial, preparou os “programas” e as “políticas públicas” do novo governo. Seria impossível, materialmente, sair qualquer coisa de bom daquela festa rave de subúrbio – e é claro que não saiu mesmo. O resultado tem sido os dois anos de desordem na economia que o Brasil vem vivendo desde 2023.

O que existe é a lógica pura e simples. Se Lula e seu governo, todo santo dia, gritam que vão continuar gastando a mil por hora ('investimento não é gasto'), é óbvio que o real vai cair e o dólar vai subir

A escalada do dólar é, apenas e unicamente, a consequência de um governo que só tem dois lados: o ruim e o ruim. É a lógica elementar. Se o sujeito toma um copo de formicida, por exemplo, é cientificamente certo que ele vai passar mal depois. O governo Lula, de um lado, conseguiu não fazer absolutamente nada de útil em dois anos de administração. De outro lado, dedicou-se fanaticamente a gastar dinheiro público, na teoria lulista de que “gasto é vida”, e com isso destruiu a pau a estabilidade financeira do país.

É isso, e só isso: o dólar disparou em consequência de dois anos inteiros de ingestão sustentada de formicida, com um índice de erro de 100% nas decisões econômicas, e de 101% nas declarações de Lula e seus ministros a respeito da economia nacional. Não só saquearam, como nunca antes neste país, o Tesouro Nacional: para ficar num número só, o total da dívida passou dos R$ 9 trilhões, com 17 meses seguidos de déficit. Dizem que é assim mesmo que tem de ser, e recusam-se a cortar os gastos.

Naturalmente, e como sempre, Lula inventa um “inimigo do Brasil” para jogar nele a culpa por seus fracassos – e, como sempre, inventa o inimigo errado. Desta vez, ele diz que a culpa pela subida do dólar é do “mercado”, ou da “Faria Lima”, termo que acha mais ofensivo. Não existe “mercado” e Faria Lima é uma avenida de São Paulo que liga o bairro de Pinheiros ao bairro de Vila Olímpia. O que existe é a lógica pura e simples. Se Lula e seu governo, todo santo dia, gritam que vão continuar gastando a mil por hora (“investimento não é gasto”), é óbvio que o real vai cair e o dólar vai subir.

Mais óbvio ainda é que Deus e todo mundo, e não “a Faria Lima”, vão sair por aí vendendo real, que vai valer menos, e comprando dólar, que vai valer mais. É fisicamente impossível, com o dólar subindo, que a inflação não aumente – da mesma maneira que é impossível, com uma inflação rodando na casa dos 7% ao ano, que as pessoas queiram ficar com reais que o próprio governo despreza em vez de comprar dólar. “O pobre não compra dólar”, diz o governo em acessos impotentes de cólera. E daí – o que isso muda em alguma coisa? O papel do pobre, nessa história, é só pagar a conta; é ele quem mais vai sofrer com a inflação.

Lula é incapaz de viver dez minutos sem alguém para acusar pelos crimes que ele próprio comete. O culpado de tudo já foi o presidente do Banco Central, que ora entra em exercício findo. Sempre é “o Bolsonaro”, ou a “direita”, ou os “ricos” – uma piada, considerando-se que ele vive como um paxá do trópico subdesenvolvido. Agora é a “Faria Lima”. Essa mentira não vai fazer o dólar cair. O dólar só ficará estável e o governo der um cavalo de pau no seu desvario e renunciar ao terrorismo econômico que pratica. É tudo o que Lula não quer.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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