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Poucas coisas mostram tão bem a escuridão em que navega o governo Lula quanto a sua reação histérica diante da subida do dólar – em menos de um ano, foi de R$ 4,90 para os R$ 6,20 de agora. O mais enraivecido com a disparada do dólar é o próprio Lula. Seu ministro da Fazenda, na ânsia perpétua de concordar com ele, também se juntou à gritaria. Os extremistas de esquerda que ocupam a maior parte do ministério, então, caíram em transe. Mais um pouco e vão entrar no STF com uma ação para declarar como inconstitucional a subida do dólar, e pedir o indiciamento dos culpados nos inquéritos penais do ministro Moraes.
O afundamento do real é um dos certificados mais indiscutíveis da incompetência de Lula e seu governo na gestão da economia. É o tipo de realidade que ficou óbvia já na fase da “equipe de transição” (com 900 pessoas, inclusive uma “chefe de cozinha”) que, segundo a propaganda oficial, preparou os “programas” e as “políticas públicas” do novo governo. Seria impossível, materialmente, sair qualquer coisa de bom daquela festa rave de subúrbio – e é claro que não saiu mesmo. O resultado tem sido os dois anos de desordem na economia que o Brasil vem vivendo desde 2023.
O que existe é a lógica pura e simples. Se Lula e seu governo, todo santo dia, gritam que vão continuar gastando a mil por hora ('investimento não é gasto'), é óbvio que o real vai cair e o dólar vai subir
A escalada do dólar é, apenas e unicamente, a consequência de um governo que só tem dois lados: o ruim e o ruim. É a lógica elementar. Se o sujeito toma um copo de formicida, por exemplo, é cientificamente certo que ele vai passar mal depois. O governo Lula, de um lado, conseguiu não fazer absolutamente nada de útil em dois anos de administração. De outro lado, dedicou-se fanaticamente a gastar dinheiro público, na teoria lulista de que “gasto é vida”, e com isso destruiu a pau a estabilidade financeira do país.
É isso, e só isso: o dólar disparou em consequência de dois anos inteiros de ingestão sustentada de formicida, com um índice de erro de 100% nas decisões econômicas, e de 101% nas declarações de Lula e seus ministros a respeito da economia nacional. Não só saquearam, como nunca antes neste país, o Tesouro Nacional: para ficar num número só, o total da dívida passou dos R$ 9 trilhões, com 17 meses seguidos de déficit. Dizem que é assim mesmo que tem de ser, e recusam-se a cortar os gastos.
Naturalmente, e como sempre, Lula inventa um “inimigo do Brasil” para jogar nele a culpa por seus fracassos – e, como sempre, inventa o inimigo errado. Desta vez, ele diz que a culpa pela subida do dólar é do “mercado”, ou da “Faria Lima”, termo que acha mais ofensivo. Não existe “mercado” e Faria Lima é uma avenida de São Paulo que liga o bairro de Pinheiros ao bairro de Vila Olímpia. O que existe é a lógica pura e simples. Se Lula e seu governo, todo santo dia, gritam que vão continuar gastando a mil por hora (“investimento não é gasto”), é óbvio que o real vai cair e o dólar vai subir.
Mais óbvio ainda é que Deus e todo mundo, e não “a Faria Lima”, vão sair por aí vendendo real, que vai valer menos, e comprando dólar, que vai valer mais. É fisicamente impossível, com o dólar subindo, que a inflação não aumente – da mesma maneira que é impossível, com uma inflação rodando na casa dos 7% ao ano, que as pessoas queiram ficar com reais que o próprio governo despreza em vez de comprar dólar. “O pobre não compra dólar”, diz o governo em acessos impotentes de cólera. E daí – o que isso muda em alguma coisa? O papel do pobre, nessa história, é só pagar a conta; é ele quem mais vai sofrer com a inflação.
Lula é incapaz de viver dez minutos sem alguém para acusar pelos crimes que ele próprio comete. O culpado de tudo já foi o presidente do Banco Central, que ora entra em exercício findo. Sempre é “o Bolsonaro”, ou a “direita”, ou os “ricos” – uma piada, considerando-se que ele vive como um paxá do trópico subdesenvolvido. Agora é a “Faria Lima”. Essa mentira não vai fazer o dólar cair. O dólar só ficará estável e o governo der um cavalo de pau no seu desvario e renunciar ao terrorismo econômico que pratica. É tudo o que Lula não quer.
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos