Não há nenhuma área no governo do presidente Jair Bolsonaro que tenha ido tão mal, desde 1º. de janeiro de 2019, quanto a educação pública. Nestes dezoito meses o presidente já conseguiu trocar três vezes de ministro da Educação, uma comprovação clara de que nunca teve a menor ideia a respeito do que estava fazendo ao assinar as nomeações – ninguém troca três vezes seguidas um dos quatro ou cinco ministros mais importantes na multidão ministerial que congestiona o tráfego em Brasília sem ter errado em pelo menos duas.
O país espera, agora, que Bolsonaro tenha enfim acertado. Para um governo e para um projeto que se comprometeram a fazer mudanças reais na sociedade, uma educação de qualidade, coisa que todos os governos anteriores negaram à população, é absolutamente crítica.
Muitos dos que apoiam o governo do presidente Bolsonaro argumentam que ninguém pode falar mal dos ministros escolhidos até agora por ele quando se considera que o Brasil já teve como ministros da Educação, na era Lula-Dilma, ninguém menos que Tarso Genro, Fernando Haddad, Aloizio Mercadante ou até mesmo, acredite se quiser, Cid Gomes – ele mesmo, o homem da motoniveladora. Tudo bem: pensando assim qualquer um é melhor. Mas e daí?
Não foi para ter ministros apenas menos ruins que Haddad ou Cid Gomes que a população elegeu este governo. Foi, pelo que se prometeu na campanha, para salvar a área da ruína suicida instalada ali pelo PT – um desastre que é o responsável número um, disparado, pela desigualdade, concentração de renda, injustiça e culto ao privilégio que envenenam a sociedade brasileira.
Essa calamidade não foi inventada por Lula e Dilma, sozinhos; vem desde a escolinha do padre Anchieta no Pátio do Colégio, em São Paulo. Mas ambos levaram a educação publica neste país ao fundo mais fundo dos poços – e a ansiedade do eleitorado por melhoras reais no setor foi um dos motivos que deu ao presidente a sua vitória em 2018.
Um ano e meio depois, a situação está igual à de sempre. Os ministros, até agora, desperdiçaram todo o seu tempo querendo livrar o ensino básico da propaganda esquerdista que tomou o lugar dos currículos escolares, e vem desgraçando há anos a qualidade do conhecimento que deveria estar sendo passado aos alunos.
Passou a fazer a mesma coisa, com sinal trocado – e isso simplesmente não é a resposta para a péssima qualidade da educação oferecida às crianças e jovens brasileiros. A resposta não é fazer um ensino de esquerda, de centro ou de direita – é prover ensino com um padrão mínimo de qualidade, capaz de qualificar efetivamente os alunos a ler, escrever e compreender um texto escrito em português, aprender as operações fundamentais da matemática e receber uma base para entenderem as ciências.
Mais: é ter coragem, enfim, para transferir da universidade para o ensino fundamental a maioria dos 125 bilhões de reais que o contribuinte está pagando, só em 2020, para sustentar o ensino público. Enquanto este país de analfabetos continuar concentrando no ensino superior, e no bolso de professores e funcionários, a maior parte do dinheiro empregado na educação, o Brasil continuará sendo o paraíso da desigualdade que está aí. O resto é pura empulhação.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião