Se as mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado, o plenário do Supremo, o comitê central da OAB e todo os outros que você conhece decidirem um dia promover para o chamado “estado da arte” as chances de fraude nas eleições brasileiras, é bem provável que nos soquem em cima alguma coisa muito parecida com o sistema eleitoral norte-americano.
O ministro do STF e atual presidente do “Tribunal Superior Eleitoral”, Luís Roberto Barroso, foi para os Estados Unidos, como se informou, para nos dar suas luzes na condição oficial de “observador do Brasil” na eleição presidencial americana. A pergunta, em condições normais, seria: “Observar o que?” Mais: observar para que? E se ele não gostar de alguma coisa? Será que o STF vai baixar uma liminar pedindo intervenção “das Nações Unidas”, ou coisa parecida? Mas, nas condições reais de temperatura e pressão do presente momento, a questão é outra.
O mais importante, para o bem estar de todos, é que a viagem do ministro seja apenas aquilo que parece ser: um passeio de luxo aos Estados Unidos, pago com o seu dinheiro. Tomara. O perigo é que lhe venha a ideia, a ser compartilhada com o resto da turma, de melhorar os teores de qualidade da eleição presidencial no Brasil fazendo por aqui o mesmo que se faz por lá.
A disputa eleitoral entre Donald Trump e Joseph Biden foi na terça-feira (3), mas 48 horas depois ainda não dava para dizer com certeza quem havia ganhado, mesmo porque nos Estados Unidos quem ganha a eleição para presidente da República não é necessariamente quem teve mais votos. O sujeito pode votar depois de encerrado o horário da votação, ou na véspera, ou no dia seguinte. Pode votar pelo correio, por e-mail ou num candidato que já morreu – no caso da eleição para Câmara e Senado, como efetivamente aconteceu, aliás.
Cada estado americano tem o seu próprio sistema de apuração, os seus prazos, as suas regras, os seus burocratas, a sua lei. Já imaginaram um negócio desses no Brasil? É nessas horas que a gente aprecia um bom TSE; não precisava gastar R$ 9 bilhões por ano, é claro, mas pior que o sistema dos Estados Unidos certamente não é.
No fim das contas, Biden teve mais votos, mas Trump foi para o tapetão, reclamando de fraude; os votos “não-presenciais”, como se diz hoje, que são contados segundo os humores de quem controla a máquina da apuração, foram maciçamente a favor do seu adversário. É o tipo de discussão que tem tudo para não acabar nunca.
Muito já se comentou sobre o quanto o Brasil teria a perder com a vitória de um ou de outro – especialmente de Biden, mais um declarado “ativista” contra a “destruição da floresta amazônica”, o genocídio dos índios e mais do mesmo. Mas quem realmente está perdendo não é o Brasil, nem a Cochinchina. São os próprios Estados Unidos.
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